Mostra vai estar aberta ao público entre 23 de agosto e 3 de novembro no posto de turismo daquela localidade
Fátima, 19 ago 2019 (Ecclesia) – O Posto de Turismo de Fátima acolhe a partir desta sexta-feira, 23 de agosto, uma exposição dedicada à ‘Vida e Obra do padre Luís Kondor’.
De acordo com a página online da Diocese de Leiria-Fátima, este projeto pretende assinalar o 10.º aniversário da morte do sacerdote húngaro, que se destacou como vice-postulador da causa para a canonização dos pastorinhos de Fátima.
A inauguração desta mostra, que conta com a colaboração da Fundação Francisco e Jacinta Marto, está prevista para as 16h00 desta sexta-feira.
A iniciativa estará aberta ao público até 3 de novembro, entre o período das 9h00 e as 13h00, e das 14h00 às 17h00 – nos dias de semana – e até às 18h00 aos fins de semana.
O padre Luís Kondor nasceu a 22 de junho de 1928 em Csikvánd, na Hungria.
Entre 1934 e 1939 frequentou a escola primária na sua terra e em 1940 entrou para o internato dos Padres Beneditinos, de Gyor; posteriormente passou para o internato dos Padres Cistercienses, em Székesfehérvár.
Viria a terminar o liceu em 1944, já depois da entrada das forças russas na Hungria, em plena Segunda Guerra Mundial.
A 20 de agosto de 1946, com 18 anos de idade, o jovem Luís Kondor entrou na Congregação do Verbo Divino; fez os primeiros votos a 8 de setembro de1948 e começou os estudos de filosofia, ainda na Hungria.
Em janeiro de 1949, por ordem do seu superior, fugiu para a Áustria, primeiro para Mödling e depois para Salzburg.
Com a invasão também da Áustria, por parte do exército russo, refugiou-se em junho de 1950 na Alemanha, por ordem dos superiores, e ali foi ordenado presbítero, em St Augustin, a 28 de agosto de 1953.
A ligação a Portugal começaria no ano seguinte, com o envio para Fátima, onde chegou a 19 de novembro de 1954.
O padre Luís Kondor começou por ser nomeado vice-prefeito do Seminário da sua congregação, cargo que exerceu durante 4 anos, dedicando-se também à pastoral vocacional na zona Norte de Portugal.
A 8 de julho de 1956 encontrou a Irmã Lúcia pela primeira vez; foi o primeiro de numerosos encontros ao longo dos anos (posteriormente, como vice-postulador teria licença para a poder visitar).
Em 1960 acompanhou D. João Pereira Venâncio, então bispo de Leiria, numa viagem de dois meses a vários países europeus.
Depois desta viagem, a pedido do bispo, ficou a trabalhar a meio tempo com D. João Pereira Venâncio e a outro meio tempo no Seminário do Verbo Divino.
No Natal de 1960 foi-lhe atribuído o cargo de Vice-Postulador dos Pastorinhos, lugar que ocupou até à sua morte.
Com uma vida dedicada a Fátima, às Aparições de Nossa Senhora e aos Pastorinhos, o padre Luís Kondor começou em 1963 a publicar um boletim em sete línguas destinado a tornar conhecida a vida dos dois Pastorinhos e a relatar o andamento dos processos de beatificação.
Para a divulgação da fama de santidade dos Pastorinhos, o bispo de Leiria confiou-lhe a edição do livro ‘Memórias da Irmã Lúcia’, que fez traduzir em diversas línguas e enviou para todos os continentes, incluindo os países sob o regime comunista.
Durante muitos anos conseguiu enviar com êxito, embora de maneira oculta, não só literatura sobre Fátima, mas também imagens de Nossa Senhora de Fátima para diferentes lugares da cortina de ferro.
Dedicou-se ainda a diversas obras: em 1956 promoveu a construção do Monumento dos Valinhos; em 1959 empenhou-se na imagem de Santo Estêvão que se encontra na Basílica.
Entre 1960 e 1965 colaborou com D. João Pereira Venâncio na construção do Seminário Diocesano de Leiria, do Colégio S. Miguel e do Colégio da Marinha Grande.
Entre vários outros projetos, em 1964 contribuiu para a construção da Via Sacra e Capela do Calvário; de 1974-1997 trabalhou na transferência de ajudas financeiras da Weltkirche-Köln para dioceses, conventos, casas sacerdotais, paróquias e casas sociais em Portugal.
Em 1979 apoiou a Construção da nova Casa Episcopal de Leiria; de 1975-1985 colaborou na construção dos novos Carmelos de Patacão (Faro), Bom Jesus (Braga) e São Bernardo (Aveiro).
Durante muitos anos, colaborou como intermediário entre instituições da Igreja alemã e obras nas dioceses Portuguesas.
Destaque também para os muitos apoios que consegue para a Igreja católica portuguesa, destaca-se: reconstrução de várias igrejas nos Açores, após o grande sismo de janeiro de 1980.
No ano 2000, com o apoio do cardeal Meisner de Colónia, conseguiu que o Papa João Paulo II viesse a Fátima, a 13 de Maio de 2000, para beatificar os Pastorinhos, mesmo depois de já ter sido anunciada publicamente a beatificação em Roma.
A 15 de Novembro de 2004 recebeu o processo canónico da cura milagrosa atribuída aos beatos Francisco e Jacinta, que entregou em Roma, na Congregação para as Causas dos Santos.
Em março de 2004, foi homenageado pela “Fundação Ajuda à Igreja que Sofre” comemorando os seus 50 anos de Padre e de presença em Portugal.
A 18 de Janeiro de 2006 recebeu a insígnia da Ordem de Comendador, atribuída pelo Presidente da República Jorge Sampaio.
JCP