Família e Rússia em destaque nas celebrações de Julho, com a presença do Núncio Apostólico em Portugal
O Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, deixou esta Segunda-feira uma mensagem ao representante diplomático do Papa, assegurando que "ele está sempre presente aqui em Fátima" e que "esperamos um dia acolhê-lo aqui com todo o coração". A intervenção foi sublinhada por uma salva de palmas dos peregrinos presentes no Santuário.
Na habitual saudação de despedida, nos momentos finais da Eucaristia internacional do dia 13, o prelado agradeceu a presença do Núncio Apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, como presidente desta peregrinação.
Este responsável deixou, por seu lado, um apelo em favor da família baseada no matrimónio indissolúvel entre um homem e uma mulher, pedindo aos presentes que saibam resistir às "más inclinações que afectam sempre e inexoravelmente as vossas relações humanas e matrimoniais".
"Vim aqui, de modo particular, para confiar à Mãe de Deus, em cujo ventre o Verbo Se fez carne, as famílias do mundo inteiro. Contemplando em Maria Aquela que acolheu em Si o Verbo de Deus e O entregou ao mundo, rezemos, nesta Santa Missa, por todos quantos constituíram família, no sacramento do matrimónio, a fim de que nos seus corações permaneça sempre a fidelidade que juraram mutuamente, e deles não saiam pensamentos perturbadores capazes de romper os compromissos assumidos", disse, na sua homilia.
Citando Bento XVI, o Núncio frisou que "a família, fundada no matrimónio indissolúvel entre um homem e uma mulher, expressa a dimensão relacional, filial e comunitária, e é o âmbito no qual o homem pode nascer com dignidade, crescer e se desenvolver de modo integral".
D. Rino Passigato considera que "a família nasce da vocação relacional e dialogal do homem e por isso ela está vocacionada para ser o lugar onde o homem encontra o sentido e a harmonia das diversas dimensões da sua existência. A experiência mostra que, quando a integração familiar falha, todos os outros aspectos da vida sofrem ou entram em conflito".
Em conclusão, o Núncio deixou um apelo aos presentes: "Acolhamos docilmente a acção do Espírito em nossos corações para que do seu íntimo nasçam pensamentos e acções que consolidem cada vez mais todas as famílias, fundadas no matrimónio entre um homem e uma mulher".
Anunciaram-se no Serviço de Peregrinos (SEPE) do Santuário para participar nas celebrações da Peregrinação Aniversária de Julho da manhã do dia 13 trinta e oito grupos de peregrinos, oriundos de quinze países.
Rússia em destaque
Durante as celebrações da Peregrinação Aniversária de Julho, na manhã do dia 13, um ícone oriental da "Santíssima Virgem de Fátima" foi entronizado na Capelinha das Aparições, onde se manterá até à noite.
Pelas 9:00, após uma breve procissão com o ícone, das traseiras até ao ambão da Capelinha, o ícone foi entregue ao presidente da peregrinação, que o entronizou e benzeu.
Este ícone, oferecido ao Santuário de Fátima, foi pintado na Rússia, segundo as técnicas tradicionais. Tem o Rosário na mão direita de Maria e, na mão esquerda, encontra-se escrita a palavra "Coração", rodeada de espinhos. Além da tradicional inscrição "Maternidade Divina de Maria", tem ainda as seguintes palavras: "Ícone da Santíssima Virgem de Fátima. Em Ti, a Unidade".
Há 92 anos, na sua terceira aparição em Fátima, Nossa Senhora anunciara: "Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz".
O sacerdote comentador explicou o contexto deste momento: "Há, sem dúvida, nas palavras de Nossa Senhora, a manifestação de uma amorosa solicitude por toda a Igreja do Oriente, a que o Papa chamou «o outro pulmão da Igreja». Por esse motivo, 92 anos depois, entronizamos na Capelinha das Aparições, o Ícone Oriental da Santíssima Virgem de Fátima. Pedimos a Maria, Mãe de todos os cristãos do Oriente e do Ocidente, que continue a velar sobre nós."
Antes da oração conclusiva, o sacerdote explicou ainda que "nas Igrejas do Oriente, os ícones têm uma importância maior do que as imagens na Tradição Ocidental. Entre os Bizantinos, além de realizarem uma nobre função artística, os ícones estão em estreita relação com a liturgia e despertam uma forte atitude espiritual por parte dos fiéis. A sua veneração entre os orientais justifica-se pelo facto de haver nos ícones uma parte da energia ou da graça própria das personagens que representam".
Redacção/Sala de imprensa do Santuário de Fátima