Fátima: Encontro Nacional dos Convívios Fraternos é «fundamental» para «construir comunidade»

«São jovens que testemunham a sua vida», destacou António Silva, sobre o movimento onde os jovens evangelizam outros jovens

Fátima, 14 set 2024 (Ecclesia) – O presidente do Secretariado Nacional dos Convívios Fraternos afirmou hoje que os movimentos “são fundamentais na Igreja” e destacou que particularmente os Convívios vivem “muito do encontro com os jovens”, onde “são jovens a evangelizar outros jovens”.

“São jovens que testemunham a sua vida, aquilo que se fala no Convívio não é propriamente um tema, mas um testemunho. E a ideia é que esse testemunho seja vivenciado na sua própria vida, na sua própria experiência de cristão, de jovem cristão, com as suas dificuldades, vicissitudes, com as suas alegrias, com a sua vida, tal qual ela é”, disse António Silva, este sábado, em declarações à Agência ECCLESIA, no Santuário de Fátima.

O presidente do Secretariado Nacional dos Convívios Fraternos salientou que este movimento de pastoral juvenil, fundado em Portugal, “vive muito deste encontro com os jovens” que fazem o encontro “numa tríplice dimensão: Encontram-se consigo mesmo, encontram-se com os outros e, neste encontro, descobrem Deus, descobrem Jesus”.

“E esta descoberta de Jesus transforma as vidas e faz com que depois voltem para aquilo que nós chamamos o ‘quarto dia’. O Convívio Fraterno tem três dias e depois há a experiência do ‘quarto dia’, que é aquele dia a seguir ao Convívio Fraterno, em que resiliente o jovem é convidado a ser testemunha, a viver na sua paróquia o ser conviva, o ser cristão, participar na liturgia, fazer outros encontros”, desenvolveu.

O Movimento dos Convívios Fraternos está reunido no seu Encontro Nacional, a 50.ª edição, com o tema ‘Maria voltou para sua casa’, este sábado e domingo, dias 14 e 15 de setembro, no Santuário de Fátima; o programa inclui momentos de reflexão, tertúlias, oração – saudação a Nossa Senhora, terço, Missa e celebração penitencial -, um ‘Sarau Conviva’.

Segundo António Silva, este encontro nacional é “fundamental para construir comunidade”, onde os participantes vivem “a alegria de Jesus Cristo, a alegria dos jovens”, cantam e rezam juntos, fazem festas juntos e percebem “que é proposto um caminho de felicidade para cada um dos jovens”.

“E isto acontece também nesta dinâmica de comunidade, de encontro entre as várias dioceses, que também se evidencia exteriormente pela alegria das nossas camisolas, pela troca de faixas, pela alegria do encontro, pela conversa, encontramos alguém de outra diocese provocamos conversa. Isto é bom para sentirmos a comunidade”, desenvolveu o conviva número 275, realizado em 1985.

“Umas vezes, quando estamos na nossa paróquia, no nosso núcleo, se calhar sentimos um bocadinho sozinhos, desamparados. Ao estarmos juntos como diocese, e também a nível nacional, sentimos que somos muitos, mas mais do que muitos, que temos um projeto de felicidade para cada um dos jovens. E convidamos cada um a ser feliz e a ser evangelizador e ser anunciador de Jesus Cristo”, acrescentou o presidente do Secretariado Nacional do Movimento dos Convívios Fraternos.

O primeiro Convívio Fraterno realizou-se de 17 a 19 de maio de 1968, em Castelo Branco, a partir da visão pastoral do padre Valente de Matos, que era capelão militar e pensou numa resposta para os militares; em 1971, começaram a realizar Convívios para os outros jovens, e, desde a década de 90, para casais.

António Silva lembrou o Papa São João Paulo II, o fundador das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) que destacava a importância dos “jovens evangelizarem outros jovens”, e salientou que “só assim é que pode funcionar a renovação” da Igreja, “em que os jovens possam se identificar naquela pessoa que fala com eles, que testemunha, que come com eles e que sirva de exemplo também”.

Este movimento de pastoral juvenil está implementado em 20 das 21 dioceses católicas, a exceção é a Diocese de Angra, e está presente também em comunidades lusófonas, já se realizaram Convívios Fraternos em Paris (França), no Luxemburgo e na Suíça, em Angola e Moçambique, e no Brasil.

“Algumas dioceses estão mais ativas, outras menos, e também temos o movimento a funcionar em Maputo, em Moçambique, fez-se um Convívio Fraterno há menos de um ano; em Paris fez-se também um Convívio fraterno há pouco tempo, e também já aconteceu na Suíça, onde já não se faz há muito tempo, e no Luxemburgo, para a comunidade lusófona”, acrescentou o entrevistado.

O Movimento dos Convívios Fraternos tem um Secretariado Nacional – constituído com um presidente, um secretário, um tesoureiro e quatro vogais de sete dioceses diferentes – e um Conselho Nacional, “que é um órgão colegial” onde estão representados duas pessoas de cada uma das dioceses convivas e também o assistente diocesano, têm ainda um assistente nacional, o padre José Carlos Teixeira Ribeiro, de Santa Maria da Feira (Diocese do Porto).

“Temos feito este trabalho, ao longo de três anos, de atualização, de relançamento do movimento nas diferentes dioceses e também de nos conhecermos melhor, e agora com as novas tecnologias, até impulsionado pelo Covid, fizemos um Encontro Nacional dos Convívios Fraternos online”, explicou António Silva.

PR/CB

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Agência ECCLESIA

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