Afirmou D. António Marto
O Santuário de Fátima é uma “espécie de oásis espiritual para quase toda a gente, onde a pessoa vem «afinar» o seu interior para escutar Deus, o seu gosto espiritual para saborear a comunhão de Deus connosco ou o próprio olhar espiritual para descobrir a beleza da fé. É uma fonte de regeneração permanente” – afirma D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, numa entrevista concedida ao Jornal da Madeira. E acrescenta: “Pessoalmente, diria que é o coração espiritual do país”.
A visitas de Paulo VI, em 1967, João Paulo II por três vezes e agora Bento XVI, significa que a mensagem de Fátima tem uma grande visibilidade. “A mensagem de Fátima tem um grande significado eclesial e mundial. Mundial no sentido de que diz respeito aos dois acontecimentos mais trágicos da história do século XX, que foram as duas grandes guerras, com os ódios e os genocídios que trouxeram. Mas, depois, tem um significado eclesial também muito grande porque foi uma mensagem de conforto, de esperança e de resistência para a Igreja num momento de martírio e em que poderes totalitários procuravam dividi-la” – disse.
Em relação à visita de Bento XVI ao Santuário de Fátima, no próximo mês de Maio, D. António Marto sublinha que o Papa vem a Portugal “por convite, mas também por desejo expresso seu”. E adianta: “A meu ver, é o melhor intérprete da mensagem de Fátima, com aquele comentário teológico que fez quando era Perfeito para a congregação da Doutrina da Fé sobre a terceira parte do segredo. é a melhor coisa que existe como interpretação da mensagem”.
Ao falar dos próximos projectos do Santuário de Fátima, o bispo de Leiria-Fátima realça que este tem “uns 250 funcionários e depois tem também à volta de uns 800 voluntários, para o serviço dos peregrinos nos vários departamentos, seja do acolhimento, seja das celebrações, seja nas visitas guiadas”.
A Igreja da Santíssima Trindade veio completar um aspecto muito importante da mensagem, “que é exactamente a primazia de Deus no seu amor trinitário dentro da sua Igreja e dentro do Mundo”. “Falta agora construir um túnel para os peregrinos poderem transitar livremente e à vontade desde a Igreja da Santíssima Trindade até ao Centro Pastoral Paulo VI, do outro lado da Avenida D. José Alves Correia da Silva”. E avança:
“Isso depende das autoridades autárquicas e também do contributo que o Santuário dá para isso que, de resto, já está prometido, no valor de 10 milhões de euros. Uma verba bastante significativa. O último obstáculo é que será preciso proceder à compra dos terrenos circundantes. Vamos a ver se a vinda do Papa pode apressar esta construção”.
Redacção/Jornal da Madeira