Cardeal canadiano alerta para «nuvens carregadas que pairam sobre o planeta»
Fátima, 13 ago 2019 (Ecclesia) – O prefeito da Congregação para os Bispos disse hoje que a mensagem de Fátima “é e continua a ser a Paz” e “permanece mais atual do que nunca”, na peregrinação internacional aniversária de agosto ao santuário mariano português.
“A mensagem de Fátima permanece mais atual do que nunca, porque nuvens carregadas pairam sobre o planeta e nós não sabemos o que nos reserva o amanhã. Ainda que o Santo Padre venha multiplicando as iniciativas e assumindo a defesa dos mais vulneráveis na causa da paz, nomeadamente através da promoção de uma ecologia humana integral, muitos são os líderes políticos que se fecham cada vez mais ao diálogo, à compaixão e à paz”, afirmou D. Marc Ouellet.
Na homilia da peregrinação internacional aniversária de agosto, o cardeal canadiano explicou que sendo “contemporânea da Primeira Guerra Mundial e do seu epílogo revolucionário na Rússia” a mensagem de Fátima “permanece mais atual do que nunca”, “é e continua a ser a Paz, a garantia da paz, da oração e da penitência para a paz do mundo”.
“Sentimo-nos totalmente impotentes na conjuntura atual da história, mas estamos certos de que Nosso Senhor opera de forma singular na história desde que sua mãe pronunciou o Fiat ao anúncio do Anjo”, acrescentou.
A celebração integra a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado 2019 e D. Marc Ouellet assinalou que o povo de Deus a caminho leva “as suas alegrias e as suas tristezas, é solidário com toda a humanidade em Cristo” e em Fátima também sabe “alargar as suas intenções de oração”.
“Hoje, pensamos particularmente em todos os migrantes e refugiados que percorrem as estradas do nosso planeta à procura de uma pátria terrestre melhor, mas à procura também da pátria que Deus prepara para nós na Jerusalém Celeste, cujas portas Cristo escancarou a fim de aí acomodar toda a família humana resgatada pelo seu sangue”, desenvolveu.
O prefeito da Congregação para os Bispos perguntou aos peregrinos, migrantes e refugiados o que levam aos irmãos e irmãs no regresso: “Lembranças? Objetos que nos recordem a graça recebida neste lugar? Atitudes novas?”
“Haverá certamente lugar para tudo isto, mas também para nos decidirmos tornar apóstolos ativos ao serviço do Príncipe da Paz e da sua Mãe, a Rainha da Paz”, destacou, lembrando que o Papa Francisco convida “fervorosamente” a esse compromisso e “agradece calorosamente aqueles e aquelas que têm essa coragem e generosidade”.
‘Tempo de graça e misericórdia: dar graças por peregrinar em Igreja’ é o tema da peregrinação internacional aniversária de agosto que conta com a tradicional oferta de trigo.
“O nosso olhar sobre Maria e o olhar de Maria sobre nós, iluminados pelo Espírito Santo, fazem de nós novas criaturas, homens e mulheres de esperança, peregrinos que de repente sentem que o fardo é mais leve, pobres que repentinamente param de se queixar e começam a ter compaixão pelos que são mais vulneráveis e sofredores”, afirmou D. Marc Ouellet.
A Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado ao santuário da Cova da Iria é um dos pontos altos da 47.ª Semana Nacional das Migrações, promovida pela Igreja Católica até ao próximo domingo, 18 de agosto, com o tema ‘Não são apenas migrantes’.
O Santuário de Fátima informa que para além dos peregrinos lusófonos registaram grupos de fiéis de países como Vietname, Síria, Senegal, Suécia, Polónia, Malásia, França, Reino Unido, Sri Lanka, EUA, Malta, Bélgica, Brasil, Alemanha, Itália, Costa do Marfim, Irlanda, Indonésia, Espanha e um grupo de Cingaleses e Indianos provenientes de França.
CB