Bispo diocesano recorda crianças mortas na guerra e vítimas tragédias naturais
Fátima, 13 mai 2024 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima considerou hoje “inconcebível” o cenário que se vive na Faixa de Gaza, apelando ao fim da violência e à ajuda humanitária para a população.
“O pior de tudo, o que não se pode permitir, é proibir que chegue a ajuda alimentar necessária para mais de um milhão de pessoas que estão a morrer de fome. Daqui, da Cova da Iria, apelo, apelamos à paz. É inconcebível para o coração de Deus, mas é inconcebível para um coração humano que isto esteja a acontecer no mundo”, disse D. José Ornelas, no final da Missa que encerrou a peregrinação internacional aniversária de maio, no Santuário de Fátima.
“Paz para a Ucrânia, naquela cruel guerra que já dura há tanto tempo. Paz para a Terra de Jesus, a Palestina, onde mais de 35 mil pessoas já perderam e a maioria, escândalo dos escândalos, são crianças”, acrescentou, falando aos peregrinos reunidos no recinto de oração da Cova da Iria.
O responsável católico começou por se dirigir aos mais novos, que convidou a ser “amigos e amigas de todos”.
“Não se esqueçam de rezar, como os pastorinhos, por aqueles que estão em guerra, pelas imensas crianças que estão a morrer na guerra. Por aqueles que perderam tudo, nas inundações do Brasil, do Afeganistão e em tantos outros lugares da terra”, pediu.
D. José Ornelas deixou uma mensagem aos “irmãos brasileiros”, que são vítimas desta tragédia, convidando à oração e à solidariedade.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa pediu uma Igreja “próxima dos que sofrem”, numa palavra às pessoas doentes presentes no Santuário de Fátima, para “cuidar da fragilidade”.
Cerca de 200 mil peregrinos participaram esta manhã na Missa final da peregrinação internacional de maio a Fátima, numa celebração presidida pelo cardeal Juan José Omella, arcebispo de Barcelona.
O bispo de Leiria-Fátima agradeceu ao presidente da celebração, pela sua “palavra cheia de entusiasmo, de alegria”, em favor de uma Igreja “que se quer sinodal, participativa, de todos”.
D. José Ornelas convidou os peregrinos a aprender com Maria para ser uma “Igreja de ternura, de acolhimento”, que se inspira na imagem da Capelinha das Aparições, como disse Francisco em agosto de 2023, na sua última passagem pela Cova da Iria.
O Santuário de Fátima recebeu a informação da presença de 186 grupos organizados de peregrinos, de 34 países.
A celebração assinala os 107 anos da primeira Aparição de Nossa Senhora a três Pastorinhos, em 1917, e o sétimo aniversário da canonização de dois desses videntes, Francisco e Jacinta Marto, pelo Papa Francisco.
Para esta tarde, pelas 18h00, está previsto um “momento de veneração dos dois santos”, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, onde estão sepultados, informa o Santuário nacional.
OC
 Segundo o Santuário de Fátima, 450 mil fiéis participaram nas celebrações da peregrinação internacional aniversária de maio, na Cova da Iria, “a maior e mais significativa de todo o ano”. “Foi uma grande peregrinação, um momento festivo intenso”, refere o reitor da instituição, em nota enviada à Agência ECCLESIA. O padre Carlos Cabecinhas admite que “a multidão de peregrinos presentes superou as expectativas”. O Santuário de Fátima sublinha que outros milhares que, por todo o mundo, assistiram às transmissões online e via televisão. “Esta foi uma grande peregrinação, um momento festivo intenso, em que estiveram presentes alguns dos grandes dramas e tragédias que se abatem sobre a humanidade, mas também as dores e a gratidão de cada um dos peregrinos presentes”, considera o reitor. O padre Carlos Cabecinhas manifestou-se impressionado “pela quantidade de pessoas que fizeram a pé a sua peregrinação até Fátima, nomeadamente jovens”. |
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