Cerca de 40 responsáveis diocesanos pelo setor da catequese em Portugal reúnem-se no Centro Catequético
Fátima, 05 jul 2024 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) apelou esta manhã, em Fátima, numa reunião de avaliação do ano catequético, a uma “mudança de paradigma” e a uma maior “proatividade” perante os novos desafios.
“Estamos, ainda, muito habituados a dar ou a receber diretrizes ou orientações. Ainda aguardamos muito as indicações de ‘cima’, num estilo de pouca ação e dinamismo e menos de proatividade”, afirmou D. António Augusto Azevedo, no Centro Catequético, informa o portal Educris, do secretariado Nacional da Educação Cristã.
Segundo o responsável, é fundamental “aprofundar o estilo sinodal” para que possa existir “mais diálogo, entreajuda e troca de experiências”.
“Precisamos de um estilo sinodal. A realidade exige-nos outras respostas”, referiu.
D. António Augusto Azevedo destacou, perante cerca de 40 responsáveis diocesanos pelo setor da catequese em Portugal, que a “sinodalidade” exige cultivar “a capacidade de escuta, o aprender uns com os outros” para perceber que aquilo que cada um diz “pode ser útil a outros”.
A aplicação do “Novo Itinerário de iniciação à vida cristã das crianças e dos adolescentes com as famílias” é um dos temas que marca a iniciativa e, segundo o também bispo de Vila Real, este é um processo que vai ocupar setor da catequese “nos próximos anos a vários níveis”.
“Não se trata apenas da necessidade de novos materiais. Este é um lado prático inultrapassável e fundamental, mas este projeto exige-nos, a nós igreja em Portugal, e ainda não estamos todos convencidos, uma mudança de paradigma”, realçou.
O presidente da CEECDF considera que a realidade revela ainda “uma catequese muito escolar” e comunidades cristãs “muito organizadas dentro do modelo anterior”.
“Temos dificuldade em responder a quem nos procura com caminhos e percurso diversos, distintos do percurso habitual e temos que caminhar para essa resposta”, sustentou.
D. António Augusto Azevedo encorajou à “formação contínua” de “catequistas, famílias e catequizandos”, bem como dos próprios “sacerdotes e demais comunidade cristã”.
“A missão que temos em mãos é difícil e complexa, mas decisiva para o futuro da igreja. Queremos, como em todos os tempos, ajudar a formar cristãos, e iniciar novos irmãos a este caminho do ser cristão”, acrescentou.
Além de avaliar as várias dinâmicas do ano catequético que agora termina, os responsáveis diocesanos da catequese em Portugal estão hoje reunidos em Fátima para abordar a integração da pessoa com deficiência na catequese e os novos materiais para o setor. Segundo o portal Educris, durante a manhã o padre Rui Alberto, da Salesianos Editora, apresentou o “andamento dos trabalhos para os novos materiais catequéticos”. No início do próximo ano catequético vão estar disponíveis os materiais para o tempo do «Aprofundamento Mistagógico», que corresponde ao antigo 7º (AM3) e 8º anos (AM4) e o primeiro recurso para o tempo do «Discipulado Missionário», com o tema «Raízes» (DM1), para o antigo 9º ano da catequese. Antes do almoço, Carmo Diniz, do Serviço Pastoral à Pessoa com Deficiência (SPPD) apresentou o tema “A Catequese e as pessoas com deficiência”. A responsável afirmou que “a catequese é uma grande porta para a vida da fé” e que “sem ela, ou com entraves ao acesso, cria-se um grave problema”. “Se a catequese não tem o tamanho para acomodar a cadeira de rodas, ou outras quaisquer particularidades, temos um problema sério”, referiu. Carmo Diniz defende que “o catequista tem um papel muito importante no acesso que Deus quer fazer com todos” e que “o caminho vem depois”. “Primeiramente havemos de ser sempre um abraço e ter um acolhimento próximo, pois a catequese também é para todos. Não sou capaz de imaginar um sítio onde se diga que ‘o seu filho não pode ir à catequese’ por esta ou aquela razão”, enfatizou. A intervenção foi uma oportunidade para a responsável anunciar o surgimento, no mês de setembro, de um “manual de apoio para animadores e catequistas para a inclusão de pessoas com deficiência”.
A iniciativa em Fátima marca também, pela primeira vez, a discussão da elaboração de uma estatística que incide sobre as necessidades de formação dos catequistas, o número de catequizandos e as paróquias onde existe catequese. Na agenda de trabalhos estão ainda presentes a preparação da “Semana Nacional da Educação Cristã 2025”, as “Jornadas Nacionais de Catequistas 2025”, de 19 a 20 de outubro, e o “Encontro Nacional de Catequese” que decorre na Diocese de Angra. |
LJ
Notícia atualizada às 17h12 de 06 julho