Fátima: D. Alexandre Palma salientou que a «sabedoria do coração» permite «combinar o todo com as partes»

«As decisões com as suas consequências, as grandezas com as fragilidades, o passado com o futuro, o eu com o nosso», explicou o bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 13 jun 2025 (Ecclesia) – A Peregrinação Internacional Aniversária de junho a Fátima faz memória do pedido de Nossa Senhora de “difundir a devoção ao seu Imaculado Coração”, o presidente da celebração disse que o mundo, a Igreja, cada um “precisa desta sabedoria do coração”.

“Aqui trazemos o nosso coração, como em vasos de barro, para tudo confiarmos à Mãe do Céu, e, por ela, ao próprio Deus: A súplica pela saúde própria ou de alguém que nos é querido, a gratidão por um sucesso alcançado nos estudos ou no trabalho; a aspiração da paz para o mundo e para as famílias, as respostas a um apelo do próximo ou a um chamamento de Deus; a busca de silêncio e de tempo de oração, questões pessoais e o caminhar juntos em Igreja”, destacou D. Alexandre Palma, bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, na homilia da Missa.

Aos cerca de quatro mil peregrinos presentes no Recinto de Oração, nesta sexta-feira, o presidente da celebração explicou que em Fátima, Nossa Senhora, ofereceu o seu coração “como refúgio, mas também como caminho que conduz a Deus”, e convidou a percorrem esse caminho “se é aí que moram os maiores desafios, é também habitam as maiores alegrias”.

“O mundo precisa desta sabedoria do coração. A Igreja precisa desta sabedoria do coração. Nós precisamos desta sabedoria do coração. Precisamos sempre, mas, hoje mais do que nunca, desta virtude que nos permite combinar o todo com as partes. As decisões com as suas consequências, as grandezas com as fragilidades, o passado com o futuro, o eu com o nosso.”

O Santuário de Fátima explicou que nesta peregrinação aniversária se assinala o aniversário da aparição de 13 de junho de 1917, “na qual Nossa Senhora confiou à vidente Lúcia de Jesus a missão de difundir no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração, apresentado como refúgio e caminho que conduz até Deus”.

Foto: Santuário de Fátima

“É nesta sede do coração que se harmonizam a luz da razão e a força do afeto. O rigor da ciência e a mansidão da humanidade. A superação de si e o respeito pelo limite do próximo. A exigência da ética e a pedagogia da fraternidade. A beleza que produzimos e a realidade que observamos, o tanto que queremos dizer, e o tanto que precisamos escutar”, acrescentou o bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa.

D. Alexandre Palma, presidente da Peregrinação Internacional Aniversária de junho, destacou ainda traços dessa “sabedoria do coração”: “Saber bendizer – um coração que bendiz é um coração bendito, escolhamos, pois, bem dizer e não o seu contrário, sejamos na Igreja e no mundo esse sal e essa luz de bênção; saber ver e saber escutar, é um coração atento e operante e que por isso combate toda a forma de humilhação.”

“Um coração assim tem olhos, ouvidos, braços: Olhos para ver o seu próximo e nele reconhecer um apelo do próprio Deus; ouvidos para escutar o que não pode imediatamente compreender; braços para cooperar com Deus na construção do seu reino. Abramos, então, os olhos e os ouvidos do nosso coração, e os nossos braços, os nossos próprios braços, tocarão o amor de Deus”, desenvolveu, acrescentando ainda que um “coração sabe guardar tudo em si”.

No final da celebração, no recinto de oração, antes da procissão do adeus, o bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, pediu a paz e incentivou os participantes da Peregrinação Internacional Aniversária  de junho ao Santuário de Fátima que levem essa intenção na sua “atenção, oração e empenhamento”.

CB

Foto: Santuário de Fátima

Na noite desta quinta-feira, no início da Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de junho, D. Alexandre Palma disse que “a visita de Deus é sempre uma surpresa”, qualquer que seja a circunstância da pessoa.

“Deixemo-nos, pois, visitar por Deus. Estejamos, pois, atentos aos sinais da Sua presença; assim sucedeu com a Virgem Maria, enviada pela caridade a sua prima Santa Isabel, impulsionada pela alegria a atravessar todas as montanhas e cidades. Assim sucedeu com os Pastorinhos de Fátima, pequenos peregrinos da grande obra que Deus neles quis realizar. Assim connosco, aqui esta noite, porque peregrinos da fé, da esperança e da caridade do próprio Deus”, desenvolveu na celebração da Palavra no recinto de oração, após a recitação do terço, na Capelinha das Aparições.

O presidente da Peregrinação Internacional Aniversária de junho ao Santuário de Fátima disse aos peregrinos que na história da Virgem Maria veem “espelhada a própria história”, e, no final da homilia, incentivou-os a assumir essa condição de peregrinos, levando Deus ao mundo.

“É nessa estrada de Deus que a Páscoa nos alcança. É nessa estrada que crescemos como Igreja, porque aí nos reconhecemos povo visitado por Deus e a caminho para o definitivo do Seu Reino”, concluiu D. Alexandre Palma, bispo auxiliar de Lisboa, citado pelo Santuário de Fátima.

No início da celebração da Palavra, foi evocada a aparição de 13 de junho de 1917, na qual Nossa Senhora confiou em particular à vidente Lúcia de Jesus a missão de difundir no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração, apresentado como refúgio e caminho que conduz até Deus.

 

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