Iniciativa dos Institutos Missionários Ad Gentes juntou sacerdotes, religiosas, seminaristas e leigos
Fátima, 03 ago 2018 (Ecclesia) – A edição 2018 do Curso de Missiologia, realizado pelos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG) em Fátima, salientou o missionário como alguém que ajuda a construir “pontes” entre os povos, com base em Cristo.
A professora Diana de Vallescar Palanca, especialista em Interculturalidade, realçou que os missionários são chamados a desbravar “pontos de encontro” onde eles “não existem”, tendo como “centro Cristo”.
“A diversidade é riqueza; a interculturalidade é exigência antropológica”, frisou a docente.
Já D. António Couto, bispo de Lamego, que abriu os trabalhos, lembrou a figura de São Paulo, “um homem apaixonado que fazia o trabalho tu-a-tu, dedicado e demorado, sem reservas e sem condições”.
O Curso de Missiologia teve lugar entre os dias 27 de agosto e 1 de setembro, nas instalações dos Missionários da Consolata, em Fátima, com a participação de cerca de 60 alunos, entre sacerdotes, irmãs consagradas, seminaristas e leigos.
Num projeto que tem como objetivo ajudar a Igreja Católica a adequar a sua missão aos tempos de hoje, esteve em cima da mesa uma abordagem à exortação apostólica ‘A Alegria do Evangelho’, do Papa Francisco.
A professora Teresa Messias, da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, sublinhou a importância de uma “evangelização sempre nova”, tendo por base “um olhar apurado sobre o mundo” e que não descura “as dinâmicas, os condicionalismos e as crises e oportunidades que constituem cada tempo”.
No campo da comunicação, o jornalista Joaquim Franco alertou para um tempo em que “a lógica mediática leva a procurar o anormal, o perverso, o asqueroso” e tende assim a cair nos “extremos da vulgaridade”.
“Nós somos também o contexto em que nos comunicamos”, disse o orador, que sublinhou a diferença entre um “evento mediático, que se situa na dimensão do ver e do ler, arriscando-se a ser efémero”; e “o acontecimento”, que diz respeito ao “dizer e fazer”, e que é aquilo que define a missão.
Nestes dias de aprendizagem, em Fátima, os alunos do Curso de Missiologia foram ainda levados numa viagem pelos “primeiros séculos da história do cristianismo”, com o padre David Sampaio Barbosa.
O sacerdote relevou todos quantos “deram visibilidade à dignidade” daqueles que foram os destinatários da missão, particularmente os povos nativos nos vários continentes, sem esquecer as “muitas páginas obscuras de desencontros, mal-entendidos e intenções pouco claras”, que também marcaram a época dos Descobrimentos e os esforços de expansão da fé cristã.
Esta jornada de aprendizagem encerrou com uma ‘tertúlia missionária’ em que partilharam experiências os padres Nuno Lima, Adérito Barbosa, e os Leigos Boa Nova Sérgio Cabral e Sofia.
A organização deste curso deixa uma palavra especial aos “13 cursistas que receberam os seus diplomas”, e uma mensagem de gratidão às Obras Missionárias Pontifícias e aos Missionários da Consolata, pelo apoio prestado à realização deste projeto.
O Curso de Missiologia vai ter nova edição em 2019, “iluminado pelo ambiente do Ano Missionário” que foi convocado pela Igreja Católica em Portugal.
JCP