Missionárias Reparadoras promovem iniciativa de formação geral, que este ano conta com 60 participantes
Fátima, Santarém, 24 ago 2011 (Ecclesia) – A diretora do Centro Catequético das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus alertou hoje em Fátima para a “falta de exigência” das dioceses e paróquias, no que diz respeito à preparação dos seus catequistas.
“Os párocos deviam ter mais cuidado na formação dos catequistas, não basta boa vontade, o catequista primeiro tem de ser um cristão comprometido na sociedade e depois tem de cuidar da sua formação, porque nos dias de hoje as crianças exigem muito mais”, sublinhou a irmã Raúla Margarida Abreu, em declarações à Agência ECCLESIA, a respeito do curso geral de formação de catequese que decorre esta semana.
Em causa está o facto de apenas algumas dioceses do país apostarem na educação dos seus catequistas numa perspetiva de continuidade, enquanto a maioria se fica por um curso de iniciação que “é manifestamente insuficiente”, na opinião da religiosa.
As Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus têm promovido, neste contexto, um curso geral de formação de catequistas, de caráter bienal.
A primeira parte, com a duração de sete dias, está a decorrer até domingo, contando com cerca de 60 pessoas inscritas.
“A pedagogia em si não mudou, é a pedagogia de Jesus, estar atentos à pessoa, mas os métodos de hoje em dia têm ser mais antropológicos, assentar em exemplos da vida concreta, de maneira que a Palavra de Deus seja significativa para as crianças e jovens”, explica a irmã Raúla Margarida Abreu.
Criado há cerca de 33 anos, o curso geral de formação de catequese conta com a presença de educadores vindos dos mais diversos pontos do país, que aproveitaram as férias para aprofundar os seus conhecimentos.
Entre os participantes encontra-se Ana Moura, da diocese de Setúbal, que está acompanhada por dois dos seus filhos.
A jovem realça a “importância de passar este testemunho” às suas crianças que, apesar de ainda estarem a dar os primeiros passos na catequese, têm aqui a oportunidade de “escutar os ensinamentos das irmãs e acompanhar os momentos de oração”.
“Se dermos este exemplo aos filhos, mas um exemplo verdadeiro, não só o ter de ir, faz toda a diferença”, aponta a catequista, que desempenha funções na paróquia de Nossa Senhora da Graça, Corroios, há cerca de sete anos.
Ana Moura admite que “os meios tecnológicos são cada vez mais importantes” para transmitir a mensagem cristã aos mais novos.
“A principal ferramenta, no entanto, continua a ser a Bíblia, que nunca estará desatualizada”, sublinha.
O programa de estudos contempla a formação bíblica e teológica dos catequistas e dedica especial atenção à psicologia do desenvolvimento das crianças e jovens.
JCP