Percurso iniciado em 2010 está a ser alargado a vários âmbitos culturais
Fátima, Santarém, 11 out 2014 (Ecclesia) – O coordenador da Comissão Organizadora do Centenário das Aparições de Fátima (1917-2017) explicou que o percurso iniciado em 2010 para assinalar a data que fazer “uma celebração mais do que uma comemoração”, porque é um evento que “toca a fé cristã”.
“Temos os dois últimos anos [do Centenário] que vão sendo enriquecidos progressivamente com um conjunto cultural, isto é, não há celebração se não tivermos este caráter festivo”, explica o padre Vítor Coutinho à Agência ECCLESIA.
O sacerdote destaca que este programa abrange áreas “muito diferentes”, desde a música clássica à popular; ao teatro, um musical, bailado e a peregrinação.
Nesse sentido, a Comissão Organizadora do Centenário das Aparições de Fátima contactou compositores “de renome” internacional, um conjunto “interessante” de compositores portugueses que estão a trabalhar numa obra a partir dos textos da irmã Lúcia, para a “criação de obras artísticas novas”.
Está também a ser programado um bailado, um espetáculo “multiarte” em construção, um musical estilo teatro cantado que vai começar a ser escrito e composto nos próximos meses.
“Temos um conjunto de algumas dezenas de projetos que estão a ser ultimados, outros praticamente projetados e esperamos que os dois últimos anos sejam muito intensos não só em Fátima mas também nas paróquias”, frisa o responsável.
O padre Vítor Coutinho destacou a importância da celebração do Centenário, até 2017, seguisse um itinerário temático para que não tivessem “apenas eventos evocativos” para que as ações deste programa pudessem “ir esporando e aprofundando os vários tópicos da mensagem de Fátima”.
Depois do desafio do agora Papa emérito Bento XVI, em 2010, os responsáveis do santuário começaram a preparar um plano não só para especificar os temas da mensagem de Fátima mas procurar uma ligação à vida cristã, “aos núcleos essenciais do agir e da fé cristã”.
O coordenador destaca o ciclo de conferências que procura, “quase em forma de catequese de adultos aprofundada”, explorar os vários tópicos de cada ano e a aposta no guia do peregrino que convida a visitar os espaços centrais do Santuário de Fátima “com novos textos, abordagens e formas de visita”.
Até à celebração do Centenário das Aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos de Fátima a organização preparou ainda uma exposição anual que procura enquadrar os temas “a partir da linguagem da arte”, assinala o padre Vítor Coutinho.
Por sua vez, João Duque, que integrou a comissão teológica que elaborou o itinerário temático do centenário das Aparições de Fátima, explica que a programação, por parte do Santuário mariano, “compreendeu perfeitamente este desafio ao pensamento teológico, estando a explorá-lo progressiva e pedagogicamente”, rumo ao ano de 2017.
“Fátima manifesta-se, confirmando uma sua vocação já antiga, cada vez mais como desafio à Teologia, para que o modo popular de com ela se relacionar não seja pensado como alternativa a um modo teologicamente crítico”, desenvolve o teólogo da Universidade Católica Portuguesa.
Em texto publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, o especialista acrescenta que “Fátima constitui um manancial a provocar permanentemente a leitura teológica” porque o “próprio espaço” e “tudo o que nele se movimenta” tem convidado outros teólogos, de diversas nacionalidades, “a pensar”.
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