Agência ECCLESIA falou com o superior-geral da congregação, que promove reunião magna em Portugal
Fátima, 20 set 2016 (Ecclesia) – O superior-geral da Ordem dos Carmelitas salientou hoje em Fátima a importância da congregação refletir acerca da sua missão atual no mundo, destacando a Europa como um dos principais desafios.
“Acredito que o Papa Francisco lançou-nos um repto muito grande quando disse que cada carisma deve buscar as suas periferias, não só geográficas mas existenciais”, referiu o frei Fernando Millán Romeral, em entrevista à Agência ECCLESIA, apontando depois aquela que será “a maior periferia para o Carmelo hoje”.
“No primeiro mundo, na Europa, aquelas pessoas que nunca tiveram uma experiência de Deus”, sublinhou.
Até dia 1 de outubro, a Ordem dos Carmelitas vai estar reunida em assembleia-geral em Fátima para abordar as novas perspetivas que se abrem à missão católica na sociedade.
Participam neste evento, na Casa São Nuno, membros do conselho geral, priores provinciais, o comissário geral e provincial e os presidentes das várias regiões carmelitas ativas no mundo.
Entre os oradores, destaque para a presença do atual presidente da Cáritas Internationalis, D. Luis Tagle, cardeal proveniente das Filipinas, que vai abordar o tema “Missionários da ternura e do amor de Deus”.
Na sua conversa com a Agência ECCLESIA, o superior-geral da Ordem dos Carmelitas destacou a falta de vocações como um dos principais problemas da congregação, sobretudo “na Europa e no norte da América”
“Na Ásia e em África as vocações são muito numerosas mas temos de refletir porque há uma enorme crise vocacional na Europa”, admitiu o Frei Fernando Romeral, considerando no entanto que não há que cair num “discurso negativo” ou “apocalíptico”.
“A Europa ainda tem muitas possibilidades, muita vitalidade”, inclusivamente “as duas últimas missões da Ordem” foram no Velho Continente, “na Lituânia e na Ucrânia, país em guerra agora”, acrescentou aquele responsável.
Num olhar também pelos outros continentes, o responsável pela Ordem dos Carmelitas realçou a presença de missionários em territórios “muito complicados”, desde o Congo ao Burkina Faso, passando pela Colômbia, “que agora está em processo de pacificação, de reconciliação”.
Deu ainda como exemplo na Ásia a Indonésia, “o maior país muçulmano do mundo”, onde os carmelitas têm “uma presença muito frutífera”.
“Temos um diálogo inter-religioso muito bom, temos escolas com professores muçulmanos, então é um desafio muito bonito”, disse o Frei Fernando Romeral, considerando mesmo que “o futuro próximo” dos Carmelitas está na Ásia.
HM/JCP