André Pereira sublinha esforço de receber milhões de pessoas com atenção às dores físicas e «feridas espirituais»
Fátima, 11 out 2024 (Ecclesia) – O diretor do Departamento de Acolhimento e Pastoral do Santuário de Fátima disse à Agência ECCLESIA que cada peregrino é “singular”, vivendo uma “experiência pessoal de peregrinação”, entre milhões de pessoas, todos os anos.
“O peregrino de Fátima é alguém que procura vir ao encontro de Deus, procura fortalecer a sua fé, procura concretizá-la também por meio da própria peregrinação, quaisquer que sejam, inclusivamente, as suas formas de, mais comunitariamente ou às vezes menos comunitariamente, vivenciarem a sua fé no dia-a-dia”, refere André Pereira.
A entrevista vai ser emitida este domingo, no Programa ‘70×7’ (17h30, RTP2), assinalando o 13 de outubro, Dia Nacional do Peregrino e última peregrinação internacional aniversária do ano, na Cova da Iria.
O responsável sublinha que os peregrinos chegam à Cova da Iria “motivados pelo cumprimento de uma promessa ou a realização de um ato de ação de graças, um ato de gratidão, eventualmente a apresentação ao Senhor das suas intenções, de uma petição”.
“Os peregrinos vêm em busca de se encontrar com a Mãe de Jesus e de se encontrar com Jesus e, por isso, participam nas celebrações da peregrinação, têm nessas celebrações o ponto alto do que os trouxe cá, muitos a pé, muitos de carro, das mais diversas proveniências e das mais variadas formas”, acrescenta.
O responsável sublinha que o santuário português tem vindo a contar com uma presença “muito considerável” de peregrinos ao longo do ano, numa média de 6 milhões de pessoas por ano; em 2024, o número está já acima dos 4 milhões de peregrinos.
Os peregrinos voltam, normalmente, pelo menos uma vez por ano. É algo que serve também para alimentar a vida, continuamente, e o peregrino voltará a Fátima sempre que puder, em busca deste mesmo encontro”.
Segundo o diretor do Departamento de Acolhimento e Pastoral, o Santuário de Fátima procurar “proporcionar àqueles que chegam, muitas vezes com as condições difíceis de quem viveu muitos dias de estrada, condições de maior conforto”.
“A primeira e mais emblemática é, obviamente, o lava-pés, que o Santuário oferece há muitos, muitos anos”, acrescenta.
André Pereira diz que este momento serve para tratar as dores físicas e as “feridas espirituais” de quem faz caminho até Fátima.
Na Cova da Iria há outras estruturas de acolhimento, algumas delas direcionadas para os peregrinos a pé, especificamente, tendo o entrevistado sublinhado que os grupos chegam “cada vez mais organizados”.
“A capacidade que o santuário tem disponibilizado tem, globalmente, correspondido às necessidades e nem sempre sido toda ocupada”, acrescenta.
Para o responsável, é cada vez mais importante que os grupos preparem a sua viagem, “prevendo as necessidades e as condições ao longo do caminho e também no tempo da chegada”.
A entrevista encerra-se com uma visita a alguns dos locais icónicos, como a Capelinha das Aparições, o “coração” do Santuário – atualmente com ligação à internet, onde se ligam pessoas dos cinco continentes.
“Em qualquer parte do mundo podemos ser peregrinos de Fátima porque a peregrinação, sendo primordialmente essa movimentação física, ela é mais essencialmente uma movimentação interior, uma peregrinação que brota do coração”, concluiu André Pereira.
O Dia Nacional do Peregrino é uma data comemorativa da República Portuguesa, instituída pela Assembleia da República a 27 de junho de 2014 (DR I série n.º 134/2014), evocando a “forte tradição na realização de peregrinações cristãs direcionadas para os mais variados locais de culto, com destaque para aquelas que se decorrem no Santuário de Fátima, que envolve inúmeras pessoas”.
LJ/OC
Fátima: Reitor convida peregrinos para a última grande peregrinação de 2024 (c/vídeo)