Fátima: Bispos e autoridades civis assinalaram cinquentenário do Calvário Húngaro

Papa Francisco uniu-se a Eucaristia que lembrou o padre Luís Kondor

Fátima, Santarém, 08 mar 2015 (Ecclesia) – O Papa associou-se este sábado às celebrações promovidas pela Embaixada da Hungria e e a Associação Portugal Hungria para a Cooperação, para assinalar os 50 anos da inauguração do ‘Calvário Húngaro’.

Numa mensagem enviada ao bispo de Leiria-Fátima, lida durante a Missa a que D. António Marto presidiu durante a manhã, Francisco evocou o padre Luís Kondor, nascido na Hungria e que residiu mais de 50 anos em Fátima, tendo sido vice-postulador da Causa da Canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, beatificados em 2000.

O Papa convida “quantos o conheceram e amaram a seguir o rasto por ele deixado no seu multiforme, jubiloso e incansável serviço à difusão da mensagem de Fátima”.

Francisco acrescenta que o Calvário Húngaro é “um dos sinais salientes” do “profundo amor e gratidão à Mãe do Céu que apareceu em Fátima”.

A capela de Santo Estêvão (Calvário Húngaro) é a meta da Via-Sacra que se inicia na rotunda de Santa Teresa de Ourém: as 14 estações e a capela foram oferecidas pelos católicos húngaros refugiados no Ocidente, na década de 60 do século XX.

D. António Marto disse este sábado que o espaço é um “memorial da misericórdia de Deus” face às “manifestações de sofrimento, de injustiça, de violência e de guerra, para que reine a paz”.

A Missa contou com a participação do cardeal Péter Erdo, arcebispo de Budapeste e primaz da Hungria, o qual sublinhou a ligação do povo húngaro à mensagem de Fátima.

Antes da celebração, o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, acompanhou o presidente da República da Hungria, János Áder, numa visita ao Calvário Húngaro.

A evocação deste cinquentenário foi uma iniciativa da Embaixada da Hungria em Portugal e da Associação Portugal Hungria e foi também ocasião de homenagem ao padre Luís Kondor.

Neste contexto, foi inaugurada uma estátua do sacerdote na Praça Luís Kondor, na Cova da Iria, com a presença de János Áder e do presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca.

O padre Kondor, religioso da congregação dos Missionários do Verbo Divino, residiu grande parte da sua vida em Fátima, onde morreu, em 2009.

O presidente húngaro disse que este sacerdote foi um “peregrino eterno de espírito missionário”, “que estabeleceu laços de compreensão e amor dentro das comunidades”.

“Nós, húngaros, constatamos, com os nossos corações cheios de gratidão, que o padre Kondor encontrou uma casa aqui em Fátima, onde viveu a sua vida rodeado de respeito, desenvolvendo o seu trabalho naquilo que chamava o secretariado dos pastorinhos", referiu János Áder, segundo a sala de imprensa do Santuário de Fátima.

Durante a tarde, o programa comemorativo incluiu a apresentação da conferência ‘Calvário Húngaro – Bandeira identitária do sentir político e espiritual dos húngaros da diáspora’, por Marco Daniel Duarte, diretor do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o especialista sublinha que o Calvário Húngaro é "um memorial do que se pode considerar o drama histórico" vivido por este povo, o qual procurou em Fátima "conforto espiritual" para enfrentar o regime ditatorial do século XX.

SISF/LFS/OC

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Agência ECCLESIA

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