Fátima: Bispo das Forças Armadas e Segurança convida à «defesa da dignidade e dos direitos do migrante»

D. Manuel Linda preside à peregrinação internacional de agosto em Fátima

Fátima, Santarém, 12 ago 2015 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança de Portugal assinalou a partir da liturgia que a “defesa da dignidade e dos direitos do migrante é transversal a toda a Bíblia” e apelou em Fátima ao acolhimento do outro.

“Disponhamo-nos ao respeito ativo dos outros, mesmo dos que não conhecemos, de alguma maneira representados na figura do migrante. Estejamos na linha da frente dos que os acolhem e dos que reivindicam os seus direitos, como faz a Bíblia”, incentivou D. Manuel Linda.

Esta noite, na homilia da Missa da vigília da peregrinação de agosto ao santuário da Cova da Iria, o prelado pediu aos fiéis para reequacionarem a sua existência na “direção do amor".

“Esse amor de adoração ao mistério de Deus e, simultaneamente, amor empenhado pela sorte dos homens e mulheres, nossos irmãos, particularmente dos mais desafortunados e infelizes”, acrescentou o bispo responsável pelo Ordinariato Castrense.

A peregrinação dos dias 12 e 13 de agosto ao Santuário de Fátima tem em 2015 como tema “Formamos um só corpo” e coincide anualmente com outra iniciativa do género dedicada ao Migrante e Refugiado, integrada na 43.ª Semana Nacional das Migrações até este domingo.

D. Manuel Linda explicou aos peregrinos que a “defesa da dignidade e dos direitos do migrante é transversal a toda a Bíblia”, a partir das leituras da Eucaristia.

Neste contexto, o Bispo das Forças Armadas e de Segurança destacou que na primeira, o autor do livro do Deuteronómio “é taxativo” – “Amarás o estrangeiro, porque também tu foste estrangeiro na terra do Egito” (Dt 10, 19).

Já na Carta aos Hebreus, exemplificou o prelado, o seu autor “vê o acolhimento de todos”, particularmente dos “mais carenciados como derivado necessário da fé” (Heb 13, 2), e, por fim, assinalou que a hospitalidade “é o mesmo que acolher Deus”, concretamente se for “exercida em favor do estrangeiro” (Mt 25, 35), exemplificada “magistralmente” na parábola do bom samaritano que foi escutada no Evangelho.

O presidente da celebração comentou que Jesus “não faz discursos teóricos” mas refere-se à vida quotidiana “tão cheia de surpresas e de sobressaltos”.

“A história do homem concreto é o «lugar» onde se acolhe ou recusa o reino de Deus. Por isso, a parábola «faz pensar», provoca, importuna a nossa consciência muitas vezes adormecida”, observou.

Para D. Manuel Linda a vida religiosa cristã “desapareceria” se fosse separado o “amor a Deus do amor ao próximo” que é traduzido em “acolhimento ativo, promoção e integração” e deu como exemplo a energia elétrica que “supõe sempre os dois fios por onde circulam a eletricidade dita positiva e negativa”.

O prelado contextualizou ainda que no centro da mensagem de Fátima está o “amor oblativo e adorador a Deus e o amor preocupado e solícito pelos outros”, a partir do pedido do Anjo aos pastorinhos, antes do 13 de Maio de 1917, e da primeira aparição de Nossa Senhora.

No final da homilia, D. Manuel Linda dirigiu-se à “gente nova”, aos meninos e meninas que viu na procissão de entrada felicitando-os e incentivando-os a ser como os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.

“Gostai de Jesus e gostai por todas as pessoas do mundo, por ventura os que andam mais longe de Deus e dos irmãos”, concluiu.

CB

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR