D. Manuel Linda presidiu a peregrinação militar nacional ao Santuário
Fátima, 02 jun 2017 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança elogiou, hoje em Fátima, o contributo que os militares portugueses têm dado para a resolução de conflitos que estão a surgir no mundo “de maneira desastrosa e assustadora”.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, no âmbito da Peregrinação Militar Nacional que terminou esta sexta-feira na Cova da Iria, D. Manuel Linda declarou a sua satisfação pela resposta das tropas lusas, nos vários focos de conflito a que têm sido chamadas.
“Vejo-o com todo o orgulho, no sentido de ver que se cumpre aquilo que ao fim ao cabo é a nossa aspiração, que os militares sejam grandes agentes de paz”, salientou o prelado, que recordou os “180 militares” que se encontram atualmente na República Centro Africana.
Recentemente, em meados de maio, os comandos portugueses ao serviço das Nações Unidas na República Centro Africana tiveram ação decisiva no resgate de muitos civis em Bangassou, incluindo do bispo local, D. Juan Aguirre Muñoz, das mãos de guerrilheiros.
“No contexto onde as nossas tropas estão, o bispo é espanhol, e ele tem-me dito que se estão vivos deve-se grandemente às forças armadas portuguesas. E tantas outras pessoas, concretamente de religião muçulmana, que foram salvas por ele bispo e pelas Forças Armadas Portuguesas. Isto não é paz? Então o que o é?”, questiona D. Manuel Linda.
Sobre a Peregrinação Militar Nacional, que quis assinalar o Centenário das Aparições de Fátima (1917 – 2017), o bispo das Forças Armadas e de Segurança realçou como mensagem principal o convite a “guardar um lugar para Deus na existência” de cada um.
“Os homens e mulheres que servem as Forças Armadas e de Segurança, muitos dos quais profundamente religiosos, têm que estar sempre despertos para esta necessidade”, defendeu aquele responsável católico.
Milhares de militares, dos vários ramos das forças armadas e de segurança nacionais, como o Exército, a Marinha, a Força Aérea e a GNR, marcaram presença nesta peregrinação, assim como muitos civis que servem estas mesas estruturas e respetivas famílias.
Para o padre Guilherme Peixoto, capelão militar na Escola dos Serviços na Póvoa de Varzim, e no Regimento de Transmissões no Porto, do Exército, realçou o sentimento especial de “vir à Casa da Mãe”, em Fátima.
“A confiança em Maria, a fé é grande, e a peregrinação militar significa vir à Mãe fazer o que ela nos pediu que é rezar pela paz no mundo. E os militares são os primeiros interessados em que a paz exista”, apontou o sacerdote.
Já o coronel João Pires, da Força Aérea, sublinhou a relevância deste evento, enquanto “manifestação” do desejo que os militares têm para esse mundo mais pacífico.
“A sensibilização que nós próprios temos e aquela que tentamos que outras pessoas possam ter, o desejo último é que haja de facto ma paz que seja transversal em todos os lugares”, completou.
Neste Peregrinação Militar Nacional a Fátima estiveram presentes, entre outras entidades, o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes; o núncio apostólico (representante da Santa Sé) em Portugal, D. Rino Passigato; e diversos bispos e vigários gerais provenientes de Países de Língua Oficial Portuguesa e da NATO, responsáveis pela ação da Igreja Católica no meio militar.
JCP