Fátima assinalou aniversário de consagração da basílica

Homilia do arcebispo de São Salvador da Bahia foi dominada pelas manifestações de Deus no quotidiano, desde as igrejas até à interioridade do ser humano

D. Geraldo Agnelo, arcebispo de São Salvador da Bahia, recordou na noite desta Terça-feira a dedicação da basílica de Fátima, cujo aniversário é evocado hoje, 13 de Outubro.

“Queremos manifestar nesta hora, e para sempre, que aqui é a casa de Deus, do seu povo, de Maria, da anunciação de que Deus nos ama e nos quer para sempre como filhos seus”, disse o cardeal na missa a que presidiu no santuário da Cova da Iria.

A homilia foi dominada pelas manifestações de Deus no quotidiano, desde as igrejas a ele consagradas até à interioridade do ser humano, passando pelos lugares de revelação do divino.

“Nossa Senhora de Fátima veio a este lugar anunciar que Deus está connosco, que não nos deixa, mas que habita o nosso coração”, afirmou o prelado.

Para D. Geraldo Agnelo, a presença e a acção do sagrado tornam-se visíveis também nas estruturas eclesiais: “É justo que aqui estejamos lembrando esta Igreja, que é um sinal para o mundo, um sinal que a Virgem Maria marcou com a sua presença”.

“Se Deus está connosco, quem pode abalar a nossa fé? Quantos mártires aconteceram na história desta Igreja?”, perguntou o cardeal aos fiéis que permaneceram no recinto do santuário, depois de centenas o terem abandonado no fim da oração do terço e da procissão de velas que antecederam a missa.

“Os videntes [Francisco, Jacinta e Lúcia] já tiveram o céu aberto para ouvir Maria – que nós possamos, com eles, contemplar a Mãe de Deus e nossa Mãe”, pediu o prelado no fim da homilia, proferida no dia em que o Brasil celebrou a sua padroeira, Nossa Senhora Aparecida.

Primeira pedra foi benzida há 82 anos

Segundo o site do Santuário de Fátima, o projecto da basílica foi concebido pelo arquitecto holandês Gerard Van Kriechen e continuado pelo arquitecto João Antunes.

A primeira pedra foi benzida pelo arcebispo de Évora, D. Manuel da Conceição Santos, a 13 de Maio de 1928, 11 anos depois da primeira aparição, tendo a sagração ocorrido a 7 de Outubro de 1953.

O título “Basílica”, atribuído pelo Vaticano a igrejas que se destacam pela sua antiguidade ou por serem centros de peregrinações, foi concedido pelo Papa Pio XII em Novembro de 1954.

O edifício de 70,5 metros de comprimento e 37 de largura foi construído com pedra da região, enquanto que os altares são de mármore de Estremoz, Pero Pinheiro e Fátima.

A torre sineira de 65 metros de altura que se ergue no centro da basílica aloja um carrilhão de 62 sinos, sendo rematada por uma coroa de bronze de sete toneladas, no topo da qual se encontra uma cruz iluminada.

A estátua do Imaculado Coração de Maria, no nicho da torre, tem 4,7 metros e pesa 14 toneladas.

À entrada da basílica, por cima da porta principal, localiza-se um mosaico que representa a Santíssima Trindade (Deus Pai, Filho e Espírito Santo) a coroar Maria.

O trabalho foi executado nas oficinas do Vaticano e ali benzido pelo então secretário de Estado, cardeal Eugenio Pacelli, mais tarde Papa Pio XII.

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