Fátima: Arcebispo do Luxemburgo apelou à solidariedade com os novos emigrantes

D. Jean Claude Hollerich destacou amor e o testemunho da fé dos portugueses face a cultura materialista

Fátima, Santarém, 13 ago 2013 (Ecclesia) – O arcebispo do Luxemburgo convidou em Fátima os emigrantes portugueses de longa data a acolherem os novos e desafiou todos a manterem o amor pela família e a não esconderem a fé.

“Vós, os emigrantes de longa data, ide em auxílio dos vossos irmãos e irmãs que continuam a chegar aos novos países”, apelou D. Jean Claude Hollerich na homília da missa da vigília da Peregrinação do Migrante, esta segunda-feira à noite.

O arcebispo lembrou aqueles que deixam Portugal num período em que a “a situação económica” é “grave”: “A carência leva-nos de volta à emigração”.

O prelado começou por afirmar que ser estrangeiro é “sentir-se como uma criança sem compreender o mundo tão novo e estranho, confrontar-se com novos hábitos, aprender uma nova língua, ser olhado de lado, não se sentir compreendido e por vezes descriminado”.

Esta é uma experiência que origina mudanças mas depois da habituação ao novo país, ao novo estilo de vida, os emigrantes sentem-se “um pouco” estrangeiros “no próprio país”.

E, aos emigrantes portugueses que partem de “um país pequeno no tamanho mas grande na cultura e na sua história”, o arcebispo garantiu que podem contar sempre com Jesus.

A palavra-chave desta nova experiência é o amor, explica D. Jean Claude Hollerich que foi missionário durante vários anos na China.

O prelado apelou aos peregrinos presentes no Santuário de Fátima para que não se esqueçam do amor “em primeiro lugar” à família: “Esse amor só é verdadeiro se gastarmos tempo com a nossa família”, explicou.

É necessário os emigrantes dedicarem tempo à sua família pois de que serve o dinheiro, “ganho com tanto suor e mágoa”, se a família “se dissolver por já não ter um centro”, interrogou o arcebispo do Luxemburgo.

“O amor significa oferecer a sua própria vida para que a família possa viver dignamente, trabalhar para que os nossos filhos possam vir a ter uma vida melhor que a nossa”, continuou o prelado.

D. Jean Claude Hollerich explicou que há valores para além dos materiais, como os de fé, cujo dinheiro não compra, e que estes fazem parte da cultura portuguesa: “Não esqueçam as vossas raízes, sejam fiéis à vossa fé mesmo que nos novos países possam ganhar novas formas”.

Este amor deve, ainda, ser partilhado com os cidadãos dos países de acolhimento.

Os emigrantes devem perdoar-lhe “os defeitos e não devem imitar o seu materialismo e secularismo”, declarou.

Na homilia, o arcebispo do Luxemburgo, país com uma vasta comunidade portuguesa aos quais a peregrinação dedica especial atenção, desafiou ainda os emigrantes a não terem medo de testemunhar que são cristãos.

“Fazei por manter os vossos hábitos de oração, as vossas posições e a vossa devoção a Nossa Senhora de Fátima, a vossa expressão de fé lembra aos outros a sua própria história onde a mão de Deus ou a sua graça tocou”, desenvolveu.

O presidente da peregrinação internacional de agosto ao Santuário de Fátima sustentou que é a oração que “faz nascer a esperança que é a chave da felicidade para o futuro”.

CB/OC

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