Fátima: Arcebispo da Beira convida a construir novas relações sociais, que vão «além do sangue, da nação ou da cultura»

Presidente da peregrinação internacional de outubro evocou «trevas do ódio, da avidez e do sofrimento que envolvem muitos povos»

Fátima, 12 out 2025 (Ecclesia) – O presidente da peregrinação internacional de outubro, em Fátima, convidou hoje os peregrinos a construir relações sociais que vão “além do sangue, da nação ou da cultura”.

“Este é o caminho para a paz no mundo: como Nossa Senhora e com ela escutar e guardar a Palavra do Senhor nos nossos corações e cumpri-la no desenrolar da nossa vida pessoal, na família e na sociedade”, disse D. Claudio Dalla Zuanna, arcebispo da Beira, em Moçambique.

O responsável católico falou aos milhares de peregrinos reunidos no recinto de oração da Cova da Iria, para as cerimónias que evocam a sexta e última aparição de 1917, na qual se deu o chamado “milagre do sol”.

Na celebração da Palavra a que presidiu, nesta vigília da peregrinação de outubro, D. Claudio Dalla Zuanna recordou que as Aparições aconteceram num contexto de conflitos, na Europa.

“Esta noite em que nos vê reunidos em oração, Maria recorda-nos as trevas do ódio, da avidez e do sofrimento que envolvem muitos povos neste tempo em que o mundo parece ter perdido o rumo indicado por Jesus”, advertiu.

Também hoje assistimos ao sinal que o texto do Apocalipse nos apresenta: o enorme dragão do mal com múltiplas cabeças arrasta morte e destruição sobre tantos lugares deste nosso mundo, como que a querer devorar a vida que nele Deus fez brotar e que Jesus, que veio para que tenhamos vida, confiou àquela que está para ser mãe.”

Já esta manhã, na Missa a que presidiu no recinto de oração, D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, apelou aos peregrinos reunidos na Cova da Iria, para que sigam o caminho do acolhimento e da integração em relação ao próximo.

“É preciso tratar bem, para que aqueles que chegam, cheguem bem, não sejam explorados e também aqui possam encontrar caminhos novos”, apontou, na homilia da celebração.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa apresentou um pedido: “Que esta casa da mãe, onde nos encontramos hoje, nos ajude a criar casas e famílias onde verdadeiramente nos acolhamos e nos cuidemos uns dos outros, em nome do Senhor”.

A peregrinação internacional aniversária de outubro, que se conclui esta segunda-feira, conta com 154 grupos organizados, com mais de 6 mil pessoas inscritas.

Segundo o Santuário de Fátima, até ao momento de 21 grupos de Portugal, 20 da Itália, 10 da Espanha, 13 da França e 11 da Polónia, entre outros.

A imagem venerada na Capelinha das Aparições esteve em Roma entre sexta-feira e este domingo, a convite do Papa, para as celebrações do Jubileu da Espiritualidade Mariana, naquela que foi a quarta deslocação ao Vaticano, em mais de 100 anos.

Foto: Santuário de Fátima

No final das celebrações desta noite, foi recolocada no seu lugar, numa breve cerimónia que decorreu na Capelinha das Aparições.

“É significativo o momento deste regresso”, destacou o padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, evocando a experiência em Roma.

Após a procissão das velas, a celebração da Palavra e a procissão do silêncio, com a imagem n.º 1 da Virgem Peregrina de Fátima, a peregrinação internacional aniversária propõe aos peregrinos uma vigília de oração, ao longo da noite; na manhã do dia 13 de outubro, é celebrada a Missa no recinto do Santuário, que termina com a bênção dos doentes e a procissão do adeus.

OC

Vaticano: Papa rezou pela paz, diante da Imagem de Nossa Senhora de Fátima

Partilhar:
Scroll to Top