O 41.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica termina esta sexta-feira
Fátima, Santarém, 29 jul 2015 (Ecclesia) – O Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica reflete sobre ‘A Comunicação na liturgia’, um tema “sempre atual” porque a liturgia é “por sua natureza comunicação” sem esquecer as novas tecnologias, e termina esta sexta-feira em Fátima.
“É a comunicação de Deus ao homem, é a comunicação do pai pelo filho no Espírito Santo e depois a resposta do homem no Espírito Santo pelo filho ao pai”, começa por explica o presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade.
À Agência ECCLESIA, D. José Cordeiro destaca que ao integrar as novas realidades e as novas formas de comunicar a liturgia torna-se “mais participativa por todos” porque é na participação ativa, consciente, que “se vê como essa comunicação é em si mesma”.
No contexto da transmissão das celebrações pela televisão e rádio, o responsável reconhece o seu alcance para quem “não pode estar a vivê-las in loco e em ato” mas alerta que “não podem ser substituídas” pelas que são a “própria realidade” da celebração.
“Quando nós vivermos na liturgia só dos meios de comunicação, não precisarmos de ir à missa porque temos a televisão em casa estamos mal”, observou o diretor do Secretariado Nacional de Liturgia.
O padre Pedro Ferreira assinalou que as novas tecnologias podem ter sido o pretexto para falarem da liturgia “enquanto comunicação” mas a “atenção centra-se essencialmente no que na liturgia é comunicação”.
“A comunicação é a essência da liturgia. Na prática nós ficamos a saber quem é Deus que se manifesta e quem somos nós”, acrescenta.
Com mais de 1100 participantes, de várias idades e serviços litúrgicos na Igreja, também se reflete sobre o uso dos tablets e smartphones nas cerimónias que podem ter a tendência de substituir o missal ou o lecionário porque “servem para a sua preparação mas não para sua celebração”.
“A linguagem da liturgia são ritos e orações e tem a dignidade da própria celebração do culto divino. O livro em si é também um sinal da presença da Palavra de Deus que é rezada, proclamada e tem um rito próprio, um simbolismo e significado muito especial na celebração”, desenvolveu D. José Cordeiro.
A homilia, a liturgia da Palavra, as artes, a catequese e o canto são outros temas em análise, e o prelado revela que “Portugal é um dos países onde mais se avançou no campo da música litúrgica” mas adverte que a Palavra de Deus rezada “não pode ser uma invenção e uma moda do momento”.
“Nem qualquer música serve para a liturgia, nem mesmo a música sacra, o que distingue a música litúrgica é que ela não é um adorno da celebração mas o cantar a própria celebração”, acrescenta o bispo de Bragança-Miranda.
Participam como oradores, entre outras figuras ligadas à comunicação e à pastoral da Igreja, o padre José Frazão Correia, provincial da Companhia de Jesus em Portugal, Paulo Rocha, diretor da Agência ECCLESIA, D. João Marcos, bispo coadjutor de Beja e o padre Paulo Malícia, diretor do Setor de Catequese do Patriarcado de Lisboa.
“Procuramos que fossem outras vozes, que não apenas o liturgistas, que pudessem comunicar a sua experiência à luz da Teologia; da Comunicação Social, Ciência Humanas; da Pastoral e Espiritualidade”, revelou o presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade.
Aos participantes são ainda propostos momento de oração e celebração divididos entre a Basílica da Santíssima Trindade, a Capelinha das Aparições e o Centro Paulo VI.
O 41.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica pode ser acompanhado no sítio na internet do Secretariado Nacional de Pastoral.
CB/LFS