Fátima, 90 anos depois

O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, D. José Saraiva Martins, defendeu hoje a actualidade da mensagem de Fátima face ao “enfraquecimento da fé e à secularização do mundo”. Na conclusão do Congresso Internacional “Fátima para o século XXI”, o Cardeal português falou sobre os Pastorinhos como “um dom para a Igreja” e indicou que a mensagem de Fátima é uma “mensagem de apelo, de grande importância para a Igreja e para o mundo de hoje, à fé, vivida com simplicidade”. Perante “uma acentuada indiferença religiosa”, a mensagem de Fátima deve constituir para os cristãos “um convite permanente a viverem a sua fé e testemunhá-la sem medo”. As conclusões deste encontro de quatro dias, com teólogos de todo o mundo, indicavam que “ficou patente a necessidade de conhecer melhor as causas da secularização e o contributo da mensagem de Fátima para ajudar a superar este processo”. Também D. António Marto, lembrando o contexto histórico das aparições na Cova da Iria, indicou que “hoje o risco não é tanto o ateísmo militante e persecutório, mas a indiferença religiosa, o niilismo, o vazio da fé e da esperança”. “Somos chamados a dar testemunho num ambiente de hostilidade”, alertou. O Bispo local frisou que em Fátima “o género mensagem é uma profecia, em devir, que se foi realizando e que fomos compreendendo à medida que se realizava, descoribndo a beleza e a universalidade de uma mensagem que partiu de um local desconhecido do mundo”. Fátima é, neste contexto, “uma mensagem de misericórdia e de ternura que se inclina sobre a humanidade, sobre cada homem e cada mulher que sofre”. “As profecias de Fátima já se realizaram, verdadeiramente, todavia o significado da mensagem permanece válido ainda hoje”, indicou o prelado. Mons. Luciano Guerra disse, por seu lado, que “Fátima ajuda-nos a ler a história: é possível mudar a história a partir de dentro, com a força que vem do alto, da conversão dos corações, da oração”. O Reitor do Santuário mostrou confiança no futuro, observando que “a vontade do Senhor tem dado a Fátima uma grande quantidade de energia ao longo destes 90 anos e dá a impressão que não vai esmorecer. Tudo indica que esta fonte vai continuar”. Apresentando as conclusões do encontro, uma “memória para o futuro”, José Jacinto Ferreira de Farias, presidente da Comissão Científica do Congresso, indicou que “estando no coração da mensagem a adoração à Santíssima Trindade, é lógico que a pastoral do santuário não se esqueça de ajudar e de fomentar o diálogo ecuménico e inter-religioso, enquanto espaço e mensagem abertos ao mundo”. ” Pastoralmente, o santuário continua com a tarefa da educação para a mais genuína devoção mariana e com a missão da proclamação da dimensão pública da fé enquanto projecto social e político, isto é, com implicações na mundividência e na organização da cidade dos homens”, disse ainda. Notícias relacionadas • Fátima para o século XXI

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