Fátima: 30 mil escuteiros deram início a peregrinação nacional

Iniciativa quer deixar marca do CNE no caminho para o Centenário das Aparições

Fátima, 09 out 2016 (Ecclesia) – O Corpo Nacional de Escutas (CNE) congregou mais 30 mil pessoas em Fátima, este sábado e domingo, na primeira peregrinação nacional desde 2006, com o lema ‘10.100FM – sintoniza-te nos trilhos da misericórdia’.

“Em todas as nossas atividades criamos sempre uma simbologia. 10.100 tem a ver com a dezena, com os nossos 10 artigos da lei, os 10 mandamentos, e os 100 pela celebração das Aparições de Fátima”, explicou o chefe nacional do CNE.

À Agência ECCLESIA, Norberto Correia referiu que a peregrinação nacional acontece numa ocasião “muito importante” para o movimento católico porque é o início das atividades do novo ano que querem “celebrar de uma maneira muito especial” pelo centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima (1917-2017), porque a misericórdia “toca muito profundamente” os escuteiros, para além de estar previsto um acampamento nacional.

D. Joaquim Mendes, vogal da Comissão Episcopal do Laicado e Família, que acompanha o CNE destacou do movimento juvenil o “serviço, colaboração” que presta às famílias na “educação integral” sendo “escola de valores, fraternidade de empenho social”.

A peregrinação foi preparada em quatro etapas: “Peregrinar”, percursos a pé de quatro a oito quilómetros; “Interpretar” com atividades em comunidades religiosas, na Basílica da Santíssima Trindade, pelo Santuário e ainda “Vivenciar” e “Celebrar”.

O chefe de campo, Pedro Ascenso, disse que o programa foi a “principal preocupação” da organização.

“Tem de haver conteúdo, uma proposta educativa. Em peregrinar foram confrontados com a mensagem de Fátima. Estas fases muito importantes vão fazer crescer o escuteiro também na fé”, assinalou o também chefe da Região de Leiria.

No Centro Escutista de Fátima foi apresentada a vida do beato Pier Giorgio Frassati, modelo do novo ano no CNE, e para Ana Santos este é o exemplo de que alguém jovem “consegue fazer a diferença no mundo” e, em tão poucos anos, “ajudar um grande número de pessoas”.

Alertando que “é sempre mais fácil fazer o que dá menos trabalho”, a jovem do Agrupamento 901, Caldas de São Jorge, Região do Porto frisou que o exemplo de vida do beato italiano motiva-os a “desenvolver ações para ajudar a comunidade”, do local ao global.

10 anos depois, o CNE dinamizou uma segunda peregrinação nacional ao Santuário de Fátima e o chefe Norberto Correia quer que seja “uma marca na vida de cada escuteiro” porque peregrinar “é uma característica” do movimento que faz muitas caminhadas e “não são apenas exercício físico, nem sequer treino de orientação” mas está relacionado com a “vertente espiritual”.

Margarida Louro, do Agrupamento 890 da Região de Évora participa pela segunda vez na peregrinação nacional e de 2006 lembra-se “perfeitamente” de na oração da noite “sentir que numa capela tão pequena era possível” estarem todos "com o mesmo sentido".

“Lembro de estar a adormecer e haver um explorador, caminheiro ou pioneiro a puxar por mim e a mostrar-me que era capaz. Nunca mais esqueci este momento fiz esforço e mantive acorda perante Ele e com Ele”, recordou a escuteira.

A peregrinação termina hoje e João Fortunato, do Agrupamento 235 da Figueira da Foz, Região de Coimbra, espera levar de Fátima o “coração cheio” no início do seu último ano como Companheiro.

“Espero levar toda uma esperança que o movimento está a construir jovens, a dar-nos as ferramentas necessárias e a colocar-nos na sociedade de uma forma de sabermos estar uns com os outros e a desafiar-nos”, disse o escuteiro marítimo.

O CNE adianta que estão presentes nesta iniciativa 500 agrupamentos de norte a sul do país, Madeira e Açores.

A atividade começou com uma peregrinação a pé de todos os escuteiros até ao santuário, com percursos de 4 a 8 km, com pontos de oração, reflexão, cânticos e aprendizagem histórica, culminando na Capelinha das Aparições.

De tarde, os escuteiros participaram em várias atividades ligadas ao centenário das aparições e ao Ano da Misericórdia, com passagem pela Porta Santa do jubileu, na Basílica da Santíssima Trindade.

Em seguida, decorreu a bênção das bandeiras da peregrinação e a abertura oficial de campo.

O dia culminou a recitação do terço e procissão das velas, no recinto do Santuário de Fátima.

Das diversas atividades escutistas e momentos de participação na programação do Santuário de Fátima destaca-se um ‘painel comemorativo’, ou seja, a construção de uma escultura em azulejo português, que vai ficar na capela da Casa do Escuteiro em Fátima, para assinalar o centenário das aparições.

CB/OC
Notícia atualizada às 11h00

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Agência ECCLESIA

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