Participantes destacam abordagem aos desafios do Papa Francisco
Fátima, Santarém, 10 set 2014 (Ecclesia) – O 29.º encontro da Pastoral Social, que está a decorrer em Fátima, é encarado pelos agentes do setor como uma oportunidade de “atualização” e de capacitação “técnica” para melhor responderem aos desafios atuais.
“Sem uma atualização constante e permanente paramos, ficamos atrasados, perdemos o comboio”, salienta o padre Manuel Melo, em declarações à Agência ECCLESIA.
O sacerdote da Diocese de Aveiro, pároco de Sangalhos e Paredes do Bairro, destaca o facto de a iniciativa ser dedicada este ano ao pensamento social e económico do Papa Francisco.
Documentos como a exortação apostólica “A alegria do Evangelho”, onde o Papa argentino apela a uma Igreja Católica “de saída”, capaz de ir ter com as realidades geográficas e humanas mais periféricas e desfavorecidas, constituem “novas formas de resposta” para os problemas que os agentes de Pastoral Social são chamados a atender.
Desafios novos e velhos, como o desemprego, que na região de Aveiro “afeta muitas famílias”, a “falta de meios mínimos para uma vida digna” e também a “pobreza espiritual” que marca as comunidades.
Para o padre Manuel Melo, a reunião em Fátima é uma oportunidade para “levar” às suas paróquias “toda a riqueza” de ideias e temáticas que brotam a partir das reflexões do Papa.
Aquele responsável acredita que a mensagem de Francisco está a chegar às suas comunidades.
“Hoje não são tanto as pessoas em dificuldades que procuram a Igreja, é a comunidade cristã que está a ser despertada para a exigência de sair, de uma forma totalmente discreta, ir ao encontro das pessoas e ajudá-las de acordo com as necessidades”, aponta o sacerdote.
Conceição Fernando, diretora técnica do Centro Comunitário de Carcavelos, também está a acompanhar os trabalhos em Fátima e realça a relevância dos debates para os agentes pastorais perceberem “em que é que podem ir mais longe, serem mais inovadores”.
Numa análise aos pressupostos atuais que devem reger as respostas da Igreja Católica, junto das situações de maior carência, aquela agente defende a necessidade de “não criar estruturas pesadas” e ter a capacidade de acompanhar “a evolução da sociedade e dos problemas sociais”.
Atenção, criatividade, dinamismo e rapidez são outras características essenciais, além do desenvolvimento de soluções que sejam adequadas a cada pessoa, à sua realidade concreta.
É este tratamento “individualizado”, pessoa a pessoa, que “faz a diferença num centro que pertence à Igreja”, defende Conceição Fernando.
O 29.º Encontro Nacional da Pastoral Social vai prolongar-se até esta quinta-feira, em Fátima.
LS/JCP