Celebração do centenário deve servir para deixar mensagem de paz e proximidade com os problemas da humanidade
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Fátima, 07 mai 2017 (Ecclesia) – Portugal prepara-se para acolher hoje a 19ª viagem internacional do Papa Francisco, que vai levar a Fátima uma mensagem de paz e proximidade às pessoas, segundo o vaticanista italiano Andrea Tornielli.
O jornalista, autor do livro ‘Em viagem’, sobre as visitas apostólicas de Francisco, disse à Agência ECCLESIA que a celebração do centenário na Cova da Iria é mais do que uma “formalidade” para o pontífice, sendo uma viagem “simbólica” e centrada na “mensagem de paz” de Fátima.
“É verdade que há um centenário, mas Fátima é a mais importante aparição do século XX, a sua mensagem profética atravessou todas estas décadas. E o Papa Francisco é profundamente mariano”, precisa o especialista.
Andrea Tornielli sublinha que, mais do que uma viagem “devocional”, a peregrinação a Fátima está ligada às “feridas e aos dramas do mundo atual”.
A primeira visita do Papa Francisco a Portugal teve um “pontapé de saída” simbólico esta segunda-feira, com a audiência à comunidade do Pontifício Colégio Português de Roma, que em 1929 recebeu a primeira imagem de Nossa Senhora de Fátima, abençoada pelo próprio Papa Pio XI.
Na capela do antigo edifício, onde a imagem foi colocada inicialmente, decorreu a ordenação sacerdotal de muitos padres portugueses que estudaram em Roma, incluindo o atual bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto.
O padre Fernando Caldas, reitor do Colégio, fala do Papa Francisco como alguém “extremamente simples, próximo”, com “bom humor”, que rapidamente acedeu ao pedido de uma audiência que assinalasse o centenário das aparições, também no Vaticano.
Para Fátima, o sacerdote prevê uma grande empatia entre os peregrinos e um Papa que fala numa “linguagem muito simples, que todos podem perceber”.
“Os seus gestos são naturais, não há representação, o Papa é aquilo que é, tanto a sós com um pessoa como diante da multidão”, conclui o padre Fernando Caldas.
Em 50 meses de pontificado, o Papa fez 18 viagens internacionais, nas quais visitou o Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba e Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia e Egito, bem como as cidades de Estrasburgo (França), onde passou pelo Parlamento Europeu e o Conselho da Europa, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Lesbos (Grécia).
Francisco realizou ainda 14 viagens na Itália, incluindo a primeira visita do pontificado, a passagem por Lampedusa.
O Papa Francisco chega a Portugal pelas 16h20 para uma viagem de cerca de 23 horas, com três celebrações na Cova da Iria, onde vai canonizar os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, mantendo encontros privados com autoridades políticas e bispos católicos, por ocasião do centenário das aparições.
OC
