Fátima 2017: Mensagem que rejeita «indiferença» perante o mal mantém validade

Carta Pastoral dos bispos portugueses sublinhou importância do Centenário

Lisboa, 10 mai 2017 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) preparou a celebração do Centenário das Aparições (1917-2017) com a carta pastoral intitulada ‘Fátima, sinal de esperança para o nosso tempo’, que sublinha a importância deste aniversário.

“A mensagem da Senhora de Fátima agita as nossas consciências para que reconheçamos a tarefa desta hora histórica: a tarefa de não nos deixarmos cair na indiferença diante de tanto sofrimento; de respeitarmos a memória de tantas vítimas inocentes; de não deixarmos que o nosso coração se torne insensível ao mal tantas vezes banalizado”, refere o documento dos bispos católicos.

Os responsáveis destacam um acontecimento que “teve um papel decisivo” no reforço do “sentido cristão” das comunidades no país e em todo o mundo.

“Ao longo de todos estes cem anos, a peregrinação a Fátima revitalizou a fé de muitos crentes cansados, suscitou a conversão de muitos corações endurecidos, reafirmou a pertença eclesial de muitos batizados desorientados, tornou possível que muitos indiferentes redescobrissem o Evangelho, suscitou uma religiosidade que plasmou a vida de grande parte do nosso povo”, pode ler-se.

“De facto, a devoção a Nossa Senhora do Rosário de Fátima e a espiritualidade que brota da sua mensagem rapidamente passaram a marcar a pastoral da Igreja em Portugal e em todo o mundo”, acrescentam os bispos católicos.

A CEP realça uma “mensagem” que surgiu “profundamente vinculada aos dramas e tragédias da história do século XX” e que “conserva ainda a mesma força e exigência para os crentes do nosso tempo”.

Um legado que deve ser hoje “farol e estímulo para a conversão pastoral da Igreja” e “bússola a orientar o compromisso dos cristãos” numa era marcada por desafios como a guerra, a pobreza e a discriminação étnica e religiosa.

A fidelidade ao “carisma de Fátima”, escrevem os bispos, implica cristãos empenhados na “promoção e defesa da paz entre os povos, denunciando e opondo-nos aos mecanismos perversos que enfrentam raças e nações”.

Significa também assumir o compromisso de lutar contra “a arrogância racionalista e individualista, o egoísmo indiferente e subjetivista, a economia sem moral ou a política sem compaixão”.

Os bispos portugueses sublinham a ligação que vários Papas sempre tiveram com o santuário mariano da Cova da Iria, desde Paulo VI a João Paulo II, passando por Bento XVI.

A carta pastoral ‘Fátima, sinal de esperança para o nosso tempo’, dedicada ao Centenário das Aparições, foi aprovada em Fátima, pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, em dezembro de 2016, e distribuída pelas várias dioceses para promover a reflexão sobre este aniversário.

JCP/OC

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Agência ECCLESIA

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