Francisco é figura ligada aos «problemas concretos das pessoas», realça o presidente da República Portuguesa
Lisboa, 16 mar 2017 (Ecclesia) – O presidente da República Portuguesa antecipou à Agência ECCLESIA o seu encontro com o Papa, durante a visita que Francisco vai fazer a Fátima, nos dias 12 e 13 de maio, por ocasião do Centenário das Aparições.
Marcelo Rebelo de Sousa salientou esta quarta-feira que o encontro com o Papa argentino terá lugar no dia 12 “logo a seguir à chegada” de Francisco à Base Aérea de Monte Real, “depois das cerimónias protocolares”.
Para o presidente da República, será “uma honra reencontrar” o Papa depois da visita que fez ao Vaticano, a 17 de março de 2016.
“Uma ocasião única que não esqueço na minha vida”, apontou Rebelo de Sousa, acrescentando que esta “nova conversa” com o Papa será necessariamente “mais curta do que a outra, que foi mais de meia hora”.
As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa à Agência ECCLESIA foram prestadas à margem da apresentação do livro ‘Conversas em altos voos’, uma obra da jornalista Aura Miguel sobre o Papa Francisco, cujo prefácio é assinado pelo presidente da República.
Numa abordagem à figura do Papa argentino, o chefe de Estado português destaca uma figura “que quer ao tratar dos grandes problemas da humanidade, quer dos problemas do dia-a-dia, mais concretos, é “de uma proximidade e de uma doação integral ao outro”.
“É mais do que empatia. É um Papa que está perto das pessoas, dos seus problemas, que recorre a um discurso muito simples e muito claro, é um Papa muito preocupado, ainda mais do que os seus antecessores, com os jovens, com os imigrantes, filho de imigrante, que acompanha portanto esses dramas que atravessam a juventude, que atravessam as migrações, os refugiados”, realçou.
O presidente da República destacou ainda a capacidade de Francisco, sendo “da América Latina”, olhar para o “drama da Europa”, uma região “de certa maneira envelhecida por comparação com aqueles continentes onde a Igreja Católica está a crescer e a florescer”.
“Compreender este Papa na sua maneira de ser é compreender o seu percurso, a sua biografia. Ele nunca deixou de ser o pároco que usava os sapatos cambados, que tinha um contacto diário, pessoal e constante com toda a gente, que se sente mal nos salões, que se sente mal como estadista, na alta-roda da vida internacional”, apontou.
Nesse sentido, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que receber Francisco em Fátima, nos dias 12 e 13 de maio, por ocasião do Centenário das Aparições, será “acolher uma figura que abriu portas, não só em termos da projeção da Igreja Católica no mundo, mas de compreensão na Igreja Católica do mundo”.
“Dos problemas concretos das pessoas de carne e osso por esse mundo fora”, concluiu.
A visita do Papa Francisco a Fátima será a 18.ª viagem internacional em quatro anos de pontificado, a que se somam, até agora, 12 visitas na Itália, incluindo uma passagem pela ilha de Lampedusa.
JCP