Reitor destaca «grande responsabilidade» de quem se tem deslocado à Cova da Iria
Fátima, 12 jun 2020 (Ecclesia) – O Santuário de Fátima acolhe a partir desta noite as celebrações comemorativas da segunda aparição de Nossa Senhora, num programa que conta com a presença de peregrinos, ao contrário do que aconteceu na cerimónia simbólica do 13 de maio.
As celebrações da peregrinação internacional aniversária do 13 de junho têm a presidência de D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, e assinalam ainda o centenário da chegada à Cova da Iria da imagem que é venerada na Capelinha das Aparições.
Em declarações aos jornalistas, esta manhã, o reitor do Santuário de Fátima admitiu que esperava “mais peregrinos” após o regresso das celebrações comunitárias, no final de maio, destacando “alguma prudência, algum receio” no desconfinamento.
“Temos sentido por parte dos peregrinos, sobretudo, uma grande responsabilidade”, disse o padre Carlos Cabecinhas.
“Progressivamente, fomos notando que as pessoas começaram a vir, com mais confiança”, prosseguiu, falando já numa “boa afluência”, de acordo com as expectativas da instituição.
O sacerdote deixou um apelo ao distanciamento físico, embora admita que, por parte dos peregrinos, exista por norma um sentido de “enorme responsabilidade”, com uso de máscara e respeito pelos tempos de espera.
“Um dos pontos que nos causa alguma dificuldade é o tocheiro”, admitiu ainda, com filas de uma dimensão “inusual”, estando marcadas as distâncias a respeitar e os percursos de entrada e de saída.
O responsável considerou “prematuro” pensar já nos moldes em que vai decorrer a peregrinação de agosto, sublinhando pode haver mudanças face à pandemia que impeçam a sua realização nos “moldes habituais”.
“Há uma incógnita em relação ao que é a evolução da situação sanitária”, observou o reitor do Santuário de Fátima.
Muitos peregrinos estão a fazer o caminho a pé, numa semana com feriados, dado que não o puderam fazer em maio, mas o Santuário não tem condições de dar o mesmo acolhimento e acompanhamento que habitualmente oferece naquele mês.
“Encontramos uma compreensão muito grande”, disse o padre Carlos Cabecinhas.
Caso seja necessário, o Santuário poderá limitar a “afluência de peregrinos”, caso se atinja o “limite de segurança”, com mecanismos previstos para fechar os acessos ao Recinto de Oração, embora sublinhe que se trata de um espaço “vasto”.
O sacerdote destacou ainda o “grande ícone de Fátima”, a imagem que vai estar mais próxima dos peregrinos, quando, na tarde do dia 13 de junho, for deslocada por umas horas para a exposição ‘Vestida de Branco’, anuncia o Santuário; o espaço escolhido é núcleo V, junto às oito esculturas de Nossa Senhora de Fátima criadas por variados autores eruditos, que interpretaram as descrições dos videntes e seguiram de forma mais próxima ou mais distante o modelo inicial criado em 1920 e que completa agora 100 anos.
A imagem poderá ser vistade perto entre as 14h30 e as 20h00, no ‘Convivium de Santo Agostinho’, da Basílica de Santíssima Trindade, com entrada pelo lado norte da Galilé e saída pelo lado sul.
“Vamos procurar sensibilizar todos os que estão em fila de espera para que guardem o distanciamento físico, prudencial”, disse o padre Carlos Cabecinhas.
Todo o percurso da exposição deve ser cumprido mantendo as regras de distanciamento social e uso obrigatório de máscara, devendo os peregrinos visitantes seguir as indicações das equipas de acolhimento no local, informa o santuário nacional.
A imagem, que se tornou um dos ícones marianos mais conhecidos e replicados em todo o mundo, foi encomendada em 1919 por um devoto de Torres Novas, Gilberto Fernandes dos Santos, à Casa Fânzeres, de Braga.
Obra do santeiro José Ferreira Thedim, inspirada numa imagem de Nossa Senhora da Lapa, venerada em Ponte de Lima, a Imagem foi modelada e executada conforme o relato das videntes, tal como lhe foi transmitido pelo cónego Manuel Formigão.
Com 1,04 metros de altura, a escultura foi produzida em cedro do Brasil, ficando a cargo da Casa Teixeira Fânzeres, de Braga, a aplicação de policromia e de dourados.
A imagem foi benzida em 13 de maio de 1920 pelo pároco de Fátima, padre Manuel Marques Ferreira, na Igreja Paroquial, tendo sido levada para a Capelinha das Aparições apenas um mês depois, porque na altura as manifestações religiosas estavam proibidas pelo Regime Republicano.
Depois de uma celebração simbólica do 13 de maio, devido à propagação do novo coronavírus, as cerimónias de junho são abertas aos peregrinos, ainda com algumas alterações ao programa habitual.
As cerimónias começam às 21h30, com o Rosário internacional na Capelinha das Aparições, seguido de procissão das velas e celebração no altar do Recinto de Oração.
No sábado, o Rosário internacional terá lugar às 09h00, na Capelinha das Aparições seguido de Missa, bênção dos doentes e procissão do adeus.
A peregrinação internacional aniversária de junho é a segunda do ano pastoral, que está a ser vivido em Fátima sob o tema ‘Tempo de graça e misericórdia: dar graças por viver em Deus’.
LFS/OC
Notícia atualizada às 13h00
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