Faro, 11 jun 2012 (Ecclesia) – A organização ambientalista cristã mais antiga do país, associação “A Rocha”, e a Sociedade Bíblica de Portugal estão a promover em Faro a exposição “Eklogia”, para mobilizar o público para a luta pela preservação da natureza.
Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o gabinete de informação da Diocese do Algarve refere que o objetivo é “chamar a atenção para a mais grave crise que a humanidade enfrenta, a ecológica”, e “mostrar que as igrejas cristãs querem ser parceiras e aliadas no combate a esse problema”.
O bispo algarvio, D. Manuel Quintas, em representação da Igreja Católica, e o pastor Neílson Amorim, da Igreja Evangélica Batista de Faro, foram algumas das figuras que já demonstraram o seu apoio a esta iniciativa multimédia e interativa, aberta até amanhã, na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve.
Segundo o presidente da associação “A Rocha”, Manuel Rainho, o envolvimento dos cristãos na “proteção” do ambiente “ tem a ver com a perceção de que a Criação não lhe pertence mas é de Deus”.
Uma afirmação reforçada por Manuel Felgueiras, diretor de operação da mesma instituição, que considera a conservação do património ecológico “uma responsabilidade acrescida dos cristãos”, já que “cuidar e proteger a terra é um mandato” que ficou expresso na Bíblia.
Durante a sessão de abertura do evento, na última quarta-feira, o secretário-geral da Sociedade Bíblica Portuguesa, Timóteo Cavaco, defendeu mesmo que a questão ambiental está, em parte, relacionada com a fraca assiduidade à leitura da Palavra de Deus.
Apesar de 70% da população portuguesa ter Bíblia, apenas 5% a leem com regularidade.
Para aquele responsável, estes dados representam “um desafio enorme” para a Igreja Católica, no sentido de fazer com “que a Bíblia seja mais lida e, consequentemente, mais cumprida”.
A exposição “Eklogia” permite a cada visitante avaliar que tipo de impacto é que produz na Natureza, através de uma fórmula de cálculo intitulada “pegada ecológica”.
Durante o certame, ficou claro que atualmente apenas 20% da população mundial consome 80% dos recursos do planeta.
Em Portugal, cada pessoa consome aproximadamente, por ano, 4,5 hectares de recursos naturais, valor que quase duplica quando se fala dos Estados Unidos da América.
Tiago Branco, diretor executivo da associação “A Rocha”, sublinha que “em 2030 serão necessários dois planetas para que toda a gente viva da mesma forma como vive agora”.
GIDA/JCP