Família Vicentina comemora memória do Fundador

São Vicente de Paulo continua a alertar para os aspectos de pobreza da sociedade O dia 27 de Setembro é reservado, pelo calendário litúrgico da Igreja, à evocação da figura de São Vicente de Paulo, uma personalidade que se destacou no século XVII pelo serviço aos mais pobres, cativando, desde então, milhões de pessoas para este ideal de serviço. A Família Vicentina é o conjunto de congregações, organismos, movimentos, associações, grupos e pessoas que, de forma directa ou indirecta, prolongam no tempo o carisma vicentino, sejam eles fundados directamente por São Vicente de Paulo ou encontrem nele a fonte da sua inspiração e dedicação ao serviço dos pobres. Padres Vicentinos (Congregação da Missão), Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, Conferências de São Vicente de Paulo, Associação das Filhas da Caridade e Juventude Mariana Vicentina fazem parte da vida da Igreja em Portugal. Este ano, o olhar da sociedade sobre esta realidade eclesial está mais atento por causa de um prémio… espanhol. O Prémio “Príncipe das Astúrias da Concórdia” foi atribuído recentemente às Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, reconhecendo um trbalho exemplar e relevante para a luta contra a injustiça, a pobreza e a doença. Em declarações à Agência ECCLESIA, a Ir. Maria da Conceição Andrade assume que este reconhecimento tem despertado muito interesse pelo trabalho das Filhas da Caridade em Portugal e espera que sirva de alerta para “que a sociedade desperte para os aspectos de pobreza que ainda existem”. A Congregação foi fundada por São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac, em 1633, e chegou a Portugal no ano de 1857. O seu carisma é o do serviço dos Pobres, “com espírito evangélico de humildade, simplicidade e caridade”. 170 irmãs distribuem-se por 24 comunidades de 10 Dioceses, trabalhando em Colégios, Lares, Escolas de Enfermagem, Misericórdias, Hospícios e outras obras sociais, que ajudam milhares de portugueses. “Não há dúvida de que o nosso objectivo principal é a evangelização e o serviço, prestado a quem precisa de nós”, explica a Ir. Maria da Conceição. A prioridade vai para o trabalho com idosos, crianças e famílias carenciadas. Numa sociedade em que a pobreza continua a ser um grave problema, difícil de controlar, este carisma de caridade dos Vicentinos continua a afirmar-se, como referiu a Conferência Episcopal Portuguesa, como “sinal profético do compromisso cristão”. Para além dos Padres Vicentinos, que contam com meia centena de religiosos entre nós, destaca-se em Portugal a presença da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) fundada em Paris, em 1833, pelo advogado francês Frederico Ozanam, sob a invocação do Patrono da Caridade, São Vicente de Paulo. A SSVP é uma organização católica de leigos que privilegia a visita domiciliária acompanhando dezenas de milhares de pessoas em situação de doença, marginalidade, com carências económicas ou vítimas de solidão, nomeadamente, crianças com problemas, toxicodependentes e suas famílias, prostitutas, reclusos e suas famílias, desempregados, idosos e membros de minorias étnicas. Para além dessa actividade domiciliária ainda dirige e mantém lares e centros de dia, infantários e colónias de férias. Neste momento a SSVP desenvolve vários projectos, de que se destacam, entre muitos outros, a Casa Ozanam em Santa Maria da Feira, o Lar de Idosos de Estremoz, a Casa Pedro Frassati em Lisboa para receber tetra e paraplégicos e o Projecto Irmão, uma acção missionária de trabalho vicentino. A SSVP em Portugal tem cerca de 12.000 membros distribuídos por 1000 Conferências. Estas Conferências encontram-se associadas por 22 Conselhos Centrais. Em cada uma das dioceses de Portugal Continental, Madeira e Açores está implantado um Conselho Central.

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Agência ECCLESIA

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