«Somos cada vez menos, cada vez mais velhos, cada vez mais sós», aponta deputado José Ribeiro e Castro
Lisboa, 01 jun 2012 (Ecclesia) – O deputado José Ribeiro e Castro considera que a família “construída no amor do homem e da mulher, ordenada aos filhos e à reprodução das gerações” continua a ser um reduto para enfrentar as dificuldades económicas de Portugal.
“As famílias sofrem, como todos, os tempos duros e difíceis” mas atravessam melhor as adversidades como o endividamento, o acréscimo de impostos e do desemprego, a redução dos salários e a incerteza quanto ao futuro, sustenta o advogado em texto publicado no Semanário Agência ECCLESIA.
Além das contrariedades financeiras as famílias confrontam-se com fenómenos internos de erosão: a queda para metade dos casamentos nos últimos 50 anos, o crescimento dos divórcios de 749 em 1960 para mais de 27 500 em 2010, e a redução dos nascimentos, que em 2011 atingiram “o mais baixo número de que há memória nas últimas décadas”.
“O índice de fertilidade tombou para 1,31, bem abaixo do número que assegura a mera substituição natural das gerações (2,1)” e “o envelhecimento da sociedade é cada vez mais notório” devido ao aumento da idade média da população mas também “porque há cada vez menos crianças e jovens”, assinala.
O parlamentar do CDS-PP lembra que a ONU apresentou há um ano a previsão de que Portugal vai perder 4 milhões de habitantes até ao fim do século XXI, o equivalente a “ver desaparecer uma cidade como o Porto a cada cinco anos”.
“Somos cada vez menos, cada vez mais velhos, cada vez mais sós”, sublinha Ribeiro Castro, que alerta para o facto de os indicadores da família e da população poderem “induzir a completa rutura financeira dos sistemas sociais, em virtude da insuficiência de ativos face ao número de dependentes”.
A família constitui “fonte de justificação da vida e dos seus trabalhos”, “espaço de identidade”, “escola permanente de solidariedade”, “um lugar de começo e um lugar de destino”, sustenta.
O artigo de José Ribeiro e Castro integra o dossier do Semanário Agência ECCLESIA, composto por textos que antecipam o 7.º Encontro Mundial das Famílias, que decorreaté domingo na cidade italiana de Milão e que conta com a participação do Papa Bento XVI a partir desta tarde.
RJM/OC