Opinião da deputada Inês Teotónio Pereira
Lisboa, 07 out 2014 (Ecclesia) – A deputada Inês Teotónio Pereira considera que os problemas que afetam atualmente as famílias resultam mais de uma “crise de valores” do que da falência das organizações do Estado.
Em entrevista ao Programa ECCLESIA desta terça-feira, que poderá ser ouvido a partir das 22h45 na Antena1, a representante do CDS-PP realça que atualmente “as pessoas estão muito habituadas e educadas, por muita culpa até de um Estado tão presente, a não terem de sair da sua zona de conforto para terem, para serem ou para fazerem”.
Quando na realidade o seu “futuro, e das suas famílias e da sociedade, por acréscimo, está mais nas mãos delas do que numa entidade abstrata”.
Inês Teotónio Pereira ressalva que “o Estado obviamente tem um papel bastante importante”, na implementação das “políticas de família”, das “políticas sociais”.
Admite mesmo o poder governativo deveria “tirar mais obstáculos” da vida das pessoas, sobretudo ao “nível da política fiscal, de educação de ação social”, e privilegiar áreas como “a proteção dos idosos e das famílias em geral”.
No entanto recorda que o Estado “nunca foi tão interventivo e ajudou tanto as pessoas que necessitam” como “nos últimos 50 anos”.
Mãe de seis filhos, a deputada cristã e antiga jornalista defende que “a crise das famílias advém da escolha individual de cada um, das pessoas terem ou não terem valores”.
Sublinha ainda que a Igreja Católica tem uma importante palavra a dizer nesta conjuntura, “mas para isso os cristãos também têm de sair da sua zona de conforto”.
“Essa parte missionária de cada católico é absolutamente fundamental para aquilo que é a alteração dos valores hoje em dia das sociedades ocidentais”, conclui.
O Programa ECCLESIA na Antena 1 desta semana aborda os desafios da Família, no âmbito do Sínodo dos Bispos que a Igreja Católica dedicou a esta temática e que está a decorrer em Roma até dia 19 de outubro.
Na emissão destaque para a participação e testemunho de figuras como a vice-presidente da associação de médicos católicos portugueses, Sofia Reimão, o diretor do departamento nacional da Pastoral Juvenil, padre Eduardo Novo, e o apresentador de televisão Jorge Gabriel.
OC/SN/JCP