Família precisa de rede de suporte da Igreja

D. Manuel Clemente encerrou as Jornadas Teotonianas A família é a salvaguarda dos valores básicos da sociedade e da Igreja, referiu D. Manuel Clemente no encerramento das Jornadas Teotonianas que decorreram em Monção entre 14 e 18, numa abordagem transversal que concluiu que esta instituição basilar «tem futuro», mas que necessita cada vez mais de uma «rede de suporte». Procurando reflectir como é que uma realidade humana «releva» do ponto de vista religioso, o Bispo Auxiliar de Lisboa assentou a sua comunicação no discurso do Papa às Famílias na recente Jornada Mundial que decorreu em Valência- Espanha. A partir do relato da criação do Homem, por amor e para o amor, o Prelado frisou que esta criatura só se torna «imagem de Deus» no momento da comunhão o que faz do projecto de vida o desafio de construir uma «verdadeira escola de amor». «A comunidade onde nós nascemos é a primeira experiência de humanidade», sublinhou para acentuar que não há qualquer possibilidade de «realização individual», no sentido do individualismo, explicou. Este «belo projecto» é particularmente difícil em determinados momentos da história, sobretudo em épocas cujas «formas de agregação estão muito reduzidas e todos os apelos vão no sentido do individualismo». Para contrariar este sentido, D. Manuel Clemente defende que este projecto «tem de ser reforçado pela acção da Igreja», apelando à comunidade eclesial que ofereça «acompanhamento e estímulo, sobretudo, em momentos críticos». A paróquia deve este empenho pastoral porque a vida das famílias, além do mais, é «essencial à própria comunidade» que mais não é do que «família de famílias». Enquadrada neste projecto de escola de amor, a própria família é uma «grande fonte de evangelização» a começar pela sua primordial tarefa de «transmissora da fé» como espaço do «primeiro anúncio». Neste capítulo, D. Manuel Clemente insistiu que «a catequese não pode começar aos seis anos» sob pena da criança «perder uma etapa fundamental do seu crescimento». Relativamente ao deixar para mais tarde a liberdade de escolha do próprio filho, o Bispo disse que isso é uma tonteria porque «só escolhemos aquilo que já conhecemos» e, portanto, ou se cresce na fé e no quadro de uma experiência de vida em Deus, ou o crescimento fica incompleto. A «fé pega-se, mais do que se explica», reforçou. A família para a realização das tarefas que lhe estão confiadas necessita de estabilidade e de paz para ser realmente a «escola de humanização do homem», daí que, à semelhança de anteriores intervenientes, também o Prelado reivindica um apoio à família, «político e social», que se traduza na prática. D. Manuel Clemente terminou a sua intervenção abordando o lugar e o papel dos avos, considerando que são «os garantes do afecto e da ternura» introduzindo ao mesmo tempo a «perspectiva do tempo. Os avós, «memória e riqueza das famílias», são um tesouro que não se pode roubar à novas gerações, nomeadamente quando são um testemunho de fé e esperança na proximidade da morte. No encerramento da iniciativa, o Bispo de Viana do Castelo congratulou-se com a temática escolhida, consonante com o plano pastoral da Diocese, e sublinhou o contributo para a formação que as Jornadas Teotonianas têm dado ao longo dos últimos dezoito anos abordando temas candentes da actualidade.

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