Francisco recebeu hoje um grupo de prelados de recente nomeação
Cidade do Vaticano, 16 set 2016 (Ecclesia) – O Papa sublinhou hoje a importância da Igreja Católica acompanhar mais de perto as famílias feridas ou em dificuldades, durante uma audiência no Vaticano com um grupo de novos bispos, recentemente nomeados.
Na sua intervenção, publicada pelo jornal L’Osservatore Romano, Francisco alertou para “um certo reumatismo da alma” que por vezes pode “impedir” os pastores da Igreja de ver “os sofrimentos das pessoas”.
Uma recomendação que convida os prelados a recordarem sempre a sua “primeira chamada”, uma vocação nascida do “amor” de Deus, o mesmo amor que deve ser permanentemente transformado em “misericórdia” junto dos outros.
A mesma atenção deve ser dada à “iniciação” cristã das comunidades confiadas aos bispos, prosseguiu o Papa argentino, sublinhando que “ninguém” pode ser considerado como “perdido” para Deus.
Aliás, indo ao encontro do Ano da Misericórdia que está a decorrer, Francisco propôs “tornar pastoral” a misericórdia de Deus nas comunidades, e que as estruturas da Igreja se deixem “formar e informar” por ela.
O Papa apontou ainda para a importância dos bispos dedicarem tempo também ao acompanhamento dos seus sacerdotes diocesanos e ao apoio da pastoral vocacional.
Nos seminários é preciso “apostar mais na qualidade do que na quantidade”, para que as vocações não se deixem depois “desestabilizar” nem os futuros padres se tornem “escravos” de tudo o que não envolve “o amor” gratuito de Cristo que são chamados a levar às pessoas.
“O mundo está cansado de encantadores mentirosos” e de “sacerdotes ou bispos na moda”, apontou Francisco, exortando os prelados “a não deixarem enferrujar” nunca a certeza de que têm Deus a seu lado, a ampará-los nos seus desafios.
“Vocês não estão abandonados só às vossas forças”, concluiu.
Os novos prelados que foram ao encontro com o Papa estão em Roma a participar num curso de formação organizado pelas Congregações para os bispos e para as Igrejas Orientais.
JCP