Cinco perguntas a D. João Miranda Teixeira, Administrador Apostólico 
Na ocasião da sua nomeação pela Santa Sé como Administrador Apostólico da Diocese do Porto, por impossibilidade do Bispo residencial D. Armindo Lopes Coelho, propusemos a D. João Miranda Teixeira as seguintes questões, essencialmente destinadas ao esclarecimento das comunidades cristãs. Voz Portucalense (VP) – Como encara esta nova missão de Administrador Apostólico nas actuais circunstâncias da diocese? D. João Miranda (JM) – Encaro esta nova missão como um serviço que me foi pedido, em circunstâncias inesperadas. A diocese não pode parar. O Senhor D. Armindo está doente. Era preciso assegurar a continuidade da pastoral programada. O facto de estar há vinte anos como Bispo Auxiliar, e contando com a colaboração dos outros dois Bispos Auxiliares, permite-me responder ao que de mais urgente se nos depara. VP – Quais os sectores pastorais a que irá prestar maior e mais imediata atenção? JM – O senhor D. Armindo tinha atribuído a cada um dos Bispos Auxiliares tarefas pastorais em sectores específicos. Cada um vai prestar uma redobrada atenção a esses mesmos sectores da pastoral. Se quisesse exemplificar, diria que a família, a juventude, as vocações consagradas, sacerdotais ou não, o papel dos leigos na vida da Igreja e, de maneira particular, as programadas visitas pastorais às paróquias serão a preocupação de todos os dias. VP -. No Cânon da Missa há sempre a referência de oração pelo nosso Bispo. Qual é o nome que deve ser referido? JM – O Bispo da diocese é o Senhor D. Armindo Lopes Coelho. É o nome dele que deve ser referido em todas as celebrações eucarísticas. Naturalmente que, ao rezar pelo Bispo e pela sua saúde, estarão também presentes na mente das Comunidades cristãs o Administrador Apostólico e os Bispos Auxiliares. Todos precisamos muito da oração da Igreja no exercício do ministério apostólico. VP – Que efeitos concretos tem a função de Administrador Apostólico em relação às necessidades pastorais da diocese neste momento? JM – Nestas circunstâncias particulares, mantêm-se as linhas gerais já definidas. Não vai haver a pretensão de inovar. O Administrador Apostólico tem os mesmos direitos e deveres do Bispo diocesano. Tentar-se-á responder ao essencial, para que não se frustre a vida normal da vida de uma diocese grande e exigente como é a diocese do Porto. VP – Que Celebrações especiais terão a Presidência do Administrador Apostólico? JM – Na Solenidade de Cristo Rei, celebrada em 26 de Novembro presidiu o Senhor D. António Carrilho, por se tratar de uma celebração que coroava uma Jornada dos Movimentos e Obras laicais da diocese. Eu presidirei à celebração do dia 8 de Dezembro e do dia de Natal. O dia 1 de Janeiro terá a presidência do Senhor D. António Taipa, que pronunciará também a homilia do Dia Mundial da Paz. Aproveito esta circunstância para desejar ao Senhor D. Armindo uma recuperação consistente e, se possível, rápida da sua saúde, e para desejar a todos os cristãos e homens e mulheres de boa vontade residentes na diocese do Porto um Santo e Feliz Natal e um Ano Novo pleno das Graças de Deus. Perfil de D. João Miranda Teixeira Nasceu em 1 de Dezembro de 1935, em Vila Verde, Concelho do Felgueiras, Distrito e Diocese do Porto. Tendo frequentado os seminários diocesanos, recebeu ordenação presbiteral em 7 de Agosto de 1960, na Catedral do Porto, sendo Bispo ordenante D. Florentino da Andrade e Silva, na altura Administrador Apostólico da Diocese. Desempenhou depois as funções de Professor no Seminário de Trancoso (Gaia), de 1960-63; vice-Reitor do Seminário da Foz, de 1963-66; Prefeito do Seminário Maior, em 1967-68, tendo frequentado em Roma um Curso de Pedagogia no Instituto Salesiano; de 1968-83 foi vice-reitor do Seminário do Bom Pastor, em Ermesinde. Foi nomeado Bispo em 13 de Maio de 1983 (portanto há mais de 23 anos), sendo titular de Castello Jabar e Auxiliar do Porto. A sua Ordenação Episcopal teve lugar em 31 de Julho de 1983, na Catedral do Porto, sendo Bispo ordenante D. Júlio Tavares Rebimbas e coordenantes D. António Ferreira Gomes e D. Domingos de Pinho Brandão. Exerceu a sua missão eclesial de Bispo auxiliar durante o múnus episcopal dos Bispos residenciais D. Júlio Tavares Rebimbas e depois D. Armindo Lopes Coelho, tendo como principal responsabilidade o acompanhamento da Pastoral Familiar. Realizou numerosas visitas pastorais, especialmente na zona nordeste da Diocese e na cidade do Porto. Em 30 de Novembro de 2006 foi nomeado Administrador Apostólico sede plena et ad nutum Sanctae Sedis (estando provida a Diocese e segundo a vontade da Santa Sé) da Diocese do Porto pelo Santo Padre Bento XVI. Pessoa de trato afável, de profundo sentido eclesial e de uma espiritualidade de proximidade e simplicidade como pastor da Igreja, homem de sã doutrina e de estudo aprofundado da teologia cristã e católica, D. João Miranda é uma referência para o presbitério diocesano do Porto, profundamente respeitado e reconhecido tanto pelos sacerdotes como pelos fiéis que tiveram contacto com a sua acção pastoral.