D. José Ornelas proferiu no Santuário de Cristo Rei em Almada a sua 4.ª catequese quaresmal
Setúbal, 03 abr 2017 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal sublinhou este domingo, no Santuário de Cristo Rei, a necessidade de uma Igreja Católica de “portas abertas” e “missionária”, que todos acolhe e procura, sobretudo os que “andam sem meios nem perspetivas de vida”.
“Não queremos uma Igreja fechada, nem as nossas igrejas fechadas, de portas cerradas. Compete a nós todos, particularmente àqueles que têm papel de liderança e de coordenação, transmitir esta imagem da própria comunidade, tanto portas adentro como na projeção para fora, no anúncio do Evangelho”, frisou D. José Ornelas.
O responsável católico deixou esta mensagem durante a sua 4.ª catequese para o tempo da Quaresma, transmitida às pessoas numa celebração eucarística no Santuário do Cristo-Rei, em Almada, e intitulada ‘Um olhar sobre a família’.
Em declarações à Agência ECCLESIA, D. José Ornelas aprofundou esta temática e frisou que “se por um lado a família deve aprender a ser Igreja, a Igreja deve aprender a ser família”.
“Ela não pode ser simplesmente um supermercado religioso, tem de ser um espaço onde as pessoas sejam acolhidas, as famílias sejam acolhidas e contribuam elas próprias com o seu modo de estar e relacionar. Se não vira simplesmente uma máquina de propaganda e não é isso que nós queremos da Igreja”, sustentou o prelado.
Ao longo dos domingos da Quaresma, o bispo de Setúbal dedicou as suas catequeses ao tema da família, enquanto “berço de um humanismo que não se reduz simplesmente á transmissão de uma vida biológica”, mas que deve ser também “ambiente de desenvolvimento e crescimento”.
Um espaço de “educação dos filhos”, a nível social e cultural mas também religioso, de “vivência” cristã.
“Assim como nenhuma família consciente hoje pode simplesmente delegar no Estado, nas instituições públicas ou num colégio a educação académica dos seus filhos, também não pode delegar simplesmente na catequese paroquial a educação religiosa”, caso contrário “em tudo o resto vai faltar um fundamento”, apontou D. José Ornelas.
Para o prelado, os obstáculos colocados atualmente diante das famílias – sociais, económicos e até “legislativos“ – constituem uma interpelação “enorme” à capacidade da Igreja se “reinventar”.
“Não é para nos constituirmos numa frente de luta, de resistência. É para encontrarmos, em busca com toda a sociedade, o como nos organizarmos perante as capacidades novas que temos mas também perante as dificuldades e os desafios que se colocam para gerir bem tudo isso que nós sabemos fazer”, concluiu o bispo de Setúbal.
PR/JCP