Família Dominicana procura reavivar chama da pregação

Recordar o Carisma de S. Domingos foi o objectivo do encontro da Família Dominicana que se enquadra também no VIII centenário da Fundação das Monjas Dominicanas. Estiveram presentes nesta iniciativa, realizada de 1 a 3 de Dezembro, em Fátima, os vários ramos desta família: Dominicanos; Dominicanos Irlandeses; Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena e Irmãs Dominicanas Irlandesas. O “grande carisma que S. Domingos nos deixou foi a pregação” – declarou à Agência ECCLESIA o Pe. José Carlos Lucas, Dominicano e responsável por algumas publicações da Ordem dos Pregadores. No século XIII, esta era – de certo modo – “monopólio dos bispos” mas S. Domingos encontrou a graça da pregação e “reavivou a chama da pregação”. No contacto com as heresias da altura – albigenses e cátaros -, o fundador da desta ordem notou que algo “era necessário fazer na Igreja” – referiu. A pregação tem de estar em sintonia com a graça e na busca da verdade. Se tal não acontecer “podemos estar a pregar a desgraça” – disse o Pe. José Carlos. Passados alguns séculos, a chama deste carisma ainda continua acesa. “iremos celebrar oitocentos anos de vida” – admitiu. E avança: “a pregação de hoje tem que se adaptar à realidades que temos”. O estudo é fundamental mas a pregação também é “fruto da contemplação”. A pregação não passa somente pelas palavras. “Há vários meios para faze-la: através da pintura e escultura”. A arte fala e “leva-nos mais longe”. Apesar de em Portugal não existirem padres dominicanos que sejam pintores e escultores, a Ordem – espalhada por muitos países – “temos escultores, pintores e outros que se dedicam ao ensino nas Universidades e ainda os que se dedicam à pregação do Rosário”. Há anos atrás, a itinerância – ida pregar às paróquias – estava “mais viva” mas “continuamos a fazê-lo através da pregação do Rosário que é mais popular” – enfatizou este sacerdote dominicano. Sendo responsável por algumas publicações da Ordem dos Pregadores, o Pe. José Lucas refere que a Igreja tem “consciência que a Comunicação Social é o meio número um para a pregação”. Através desta “podemos despertar do sono e da cegueira que nos encontramos”. Dar continuidade ao exemplo de S. Domingos é fundamental mas não repetir porque cada pessoa é única. “A realidade de hoje é diferente da idade média” – apurou. Num mundo virado para o consumismo, o Pe. José Carlos esclarece que não há falta de vocações. “Interessa-nos a qualidade e não a quantidade”. E apurou: “a vida contemplativa está mais atraente para os jovens que em épocas anteriores”.

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