Falta isenção na Comunicação Social

Refere D. Carlos Azevedo, afirmando também a autonomia da acção dos movimentos laicais As comunidades cristãs são chamadas a viver o período da campanha sobre o Referendo ao aborto com “serenidade e com profundo sentido de responsabilidade” porque “não devemos pensar apenas no dia do voto mas também nas consequências que a nossa opinião tem” – disse à Agência ECCLESIA D. Carlos Azevedo, Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Quer vença o «sim» ou o «não», há consequências a retirar: “Se vencer o «sim» há que atender às responsabilidades que cada cristão tem em formar a sua consciência para resistir às seduções que a liberalização permitirá tendo em conta que não se vai resolver nada, nem com o «sim» nem com o «não»” – sublinhou o secretário da CEP. E acrescenta: “as leis não resolvem os problemas, dão-lhes um enquadramento jurídico”. Se o «não» vencer, aqueles que estiveram “empenhados na campanha do «não» terão de ser responsáveis e fazer tudo para que as circunstâncias e as condições de uma maternidade fecunda e feliz sejam garantidas” – esclareceu. A campanha oficial teve o seu início ontem (30 de Janeiro) mas, durante a pré-campanha, já se realizaram imensos debates. “No geral há um debate onde as pessoas se escutam e onde há respeito mútuo – num regime democrático – apesar de notar que, às vezes, existe uma certa ironia que pretende destruir os argumentos do outro” – realça D. Carlos Azevedo. Por outro lado – desabafou o prelado – “tenho notado que a Comunicação Social não tem sido isenta”. No meio televisivo, essencialmente nos telejornais, “seleccionam as imagens de forma redutora”. E exemplifica: “num telejornal deram José Sócrates a falar para umas dezenas de jovens, com pedaço de discursos, e, posteriormente, deram imagens da manifestação pela vida – tiveram cerca de 10 mil pessoas – sem ninguém falar mas colaram as caras de Bagão Félix e Maria José Nogueira Pinto ao «não»”. Quando faltam alguns dias para a realização do referendo, D. Carlos Azevedo salienta que a hierarquia tentará “aparecer o menos possível”. Os movimentos laicais têm “autonomia” para “manifestar as suas opiniões e fazer valer a cultura da vida” – concluiu.

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