Faleceu historiadora clarissa da causa da Madre Virgínia

A Irmã Otília Rodrigues Fontoura In memoriam da Irmã Otília Rodrigues Fontoura, osc Historiadora Clarissa da Causa da Madre Virgínia “O milagre que peço à Madre Virgínia é a aceitação do momento presente” A Irmã Otília Rodrigues Fontoura nasceu em Mairos, concelho de Chaves, no dia 15 de Novembro de 1935, na Diocese de Bragança-Miranda. Desde muito jovem sentiu o apelo do Senhor a uma vida de consagração total. Aos 15 anos de idade, a 16 de Agosto de 1950, entrou nas Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora, onde fez a sua formação humana, religiosa e espiritual, tendo professado perpetuamente. Continuou a sua formação cultural e licenciou-se em História. Exerceu diversas actividades pedagógicas na Congregação, foi Directora no Colégio de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Pery (actual Chimoio), na Diocese da Beira, em Moçambique. Impelida por impulso sobrenatural de maior silêncio, oração e intimidade com Deus, pediu para ingressar nas Irmãs Clarissas, sendo recebida no Mosteiro de Fátima a 11 de Agosto de 1977. A Irmã Otília manifestava grande apreço pelas suas Irmãs. Era extremamente delicada e prontificava-se para colaborar com verdadeiro amor fraterno. Punha todo o empenho em ajudar as Irmãs nos seus trabalhos, contribuindo para o aprofundamento e conhecimento do carisma e para a sua formação cultural. Manifestava grande amor aos fundadores e à espiritualidade franciscana. Transbordava em palavras de louvor e gratidão a Deus pelo dom da vocação. Artista de grande sensibilidade, manifestava nos trabalhos manuais e pintura a beleza que trazia esculpida na alma. Profundamente dotada e com formação cultural em História, em Julho de 1997 a Ir Otília veio à Madeira para ajudar nas celebrações dos 500 anos da presença das Clarissas na Madeira e proferir uma conferência sobre o tema. Aqui desenvolveu as pesquisas arquivísticas para o livro sobre as Clarissas e outras sobre a Madre Virgínia. O Governo Regional da Madeira reconheceu-lhe o talento histórico-científico, assumindo a publicação do livro que preparara sobre “As Clarissas na Madeira” e da Tese de Licenciatura em História, realizada sob a orientação do Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão. Tendo sido convidada pelo mesmo para assistente da Faculdade, declinara o convite em favor da causa missionária. Mais tarde, a convite do então Bispo da Diocese do Funchal, D. Teodoro de Faria, regressou novamente às Região para trabalhar no Processo Canónico da Madre Virgínia da Paixão, da Ordem de Santa Clara. Como historiadora integrou a Comissão histórica, dedicando-se apaixonadamente a esta causa. Foi verdadeiramente a alma do Processo, desempenhando com muita competência o trabalho que lhe foi confiado. Nos últimos tempos os sofrimentos agravaram-se e a medicina não conseguiu debelar o mal. Já na fase terminal, sem forças e muito fragilizada, deu continuidade ao trabalho, concluindo a recolha de todos os documentos que se referiam à Madre Virgínia, clarissa madeirense. Apresentou o seu trabalho ao novo Bispo do Funchal, D. António Carrilho, lamentando não poder realizar a crítica histórica do mesmo. Acometida de doença grave, e apesar dos grandes sofrimentos, procurou sempre não incomodar. Sofria muito mas não se queixava; e facilitava o trabalho das Irmãs, edificando-as com o seu exemplo de aceitação e de entrega sem limites nas mãos de Deus. A sua única preocupação era ser fiel até ao fim e fazer sempre a vontade de Nosso Senhor. Sabendo que todos os Mosteiros e amigos rezavam pelas suas melhoras, pedindo a intervenção da Madre Virgínia, disse-me: O milagre que peço à Madre Virgínia é a aceitação do momento presente. Na noite de 26 de Novembro, com um sorriso celestial nos lábios, a Irmã Otília foi viver eternamente no Céu com S. Francisco, Santa Clara de Assis e com a Madre Virgínia, a quem amava de todo o coração. À querida Irmã Otília, a nossa eterna gratidão e comunhão no Senhor da Vida. Parafraseando S. Clara de Assis: Louvado sejais, Senhor, por a terdes criado”. Dia 28 de Novembro, a Missa Exequial e funeral decorreu na Paróquia de Mairos, em Chaves, às 14.30 horas. Irmã Maria da Cruz, osc Presidente da Federação das Clarissas de Portugal (madrevirginia@gmail.com)

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