A Irmã Emmanuelle, a mulher mais popular e querida na França, faleceu, na noite de Domingo para Segunda-feira, aos 99 anos, no asilo onde estava hospeda, em Calliar (Var). Conhecida pela opinião pública como “ícone da solidariedade e apoio dos pobres e marginalizados”, Irmã Emmanuelle, no civil Madeleine Cinquin, nasceu em Bruxelas, filha de pai francês e de mãe belga. Completaria 100 anos, em 16 de Novembro. Em 1971, quando tinha 63 anos, Irmã Emmanuelle decidiu compartilhar a sua vida com os pobres do Cairo, no Egipto, motivo pelo qual era chamada «petite soeur des chiffonniers»: “Irmãzinha dos mendigos”. Na favela de Ezbet-Nakhl, no Cairo, ela se dedicou com abnegação para a construção de escolas, asilos e casas de acolhimento. A associação ASMAE, que recebe seu nome, fundada por ela em 1980, continua ajudando milhares de crianças pobres no mundo inteiro. A “Irmãzinha do mendigos” deixou o Egipto em 1993, aos 85 anos, e regressou à França, estabelecendo-se na comunidade da Congregação de Nossa Senhora do Sion, para a qual havia entrado aos 20 anos, dedicando seu tempo à oração e à meditação, sem jamais deixar de ajudar os sem-abrigo e os imigrantes irregulares. Tendo estudado na Universidade Sorbonne de Paris, a Irmã Emmanuelle foi docente de Filosofia e Letras em Istambul, Tunis, Cairo e Alexandria. Era também escritora: a sua última obra “Tenho 100 anos e gostaria de dizer-lhes” («J’ai cent ans et je voudrais vous dire»), foi publicada há dois meses. No passado dia 31 de Janeiro, o Presidente da França, Nicolas Sarkozy, a condecorou com a medalha de “grande oficial da Legião de Honra”. A religiosa é recordada ainda pelo jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano.