A Festa da Senhora de Antime juntou milhares de peregrinos. Fafe voltou a viver, ontem, o seu momento mais alto de fé e devoção. A história e identidade do concelho estão intimamente ligadas à festa da Senhora de Antime. Uma festa onde mergulha a intimidade da alma de um povo, que peregrina anualmente, movido pela fé e credo nas senhoras das Dores e Misericórdia. A igreja de Antime voltou, ontem, a ser muito pequena para acolher a multidão de romeiros e fiéis que, anualmente, participa na grandiosidade das celebrações religiosas da festa do concelho. Anualmente, uma verdadeira multidão de peregrinos congrega-se, em devoção, aos pés de Nossa Senhora da Misericórdia de Antime. Trata-se de «uma invocação da mãe de Jesus, venerada num lugar concreto, aqui, mas que ultrapassa as fronteiras de Antime e faz parte da nossa identidade de povo de Fafe», resumiu o Vigário Geral da Arquidiocese de Braga, Valdemar Gonçalves. Notando que a Senhora é sempre a mesma, mesmo venerada em vários locais de culto e sobre várias invocações, aquele sacerdote, natural de Fafe, esclareceu que o tradicional encontro das senhoras das Dores e da Misericórdia «não significa o encontro de duas senhoras, nem duas irmãs, mas da única mãe de Deus, invocada com muitos títulos». Paralelamente, no gesto das duas imagens, que se inclinam em cumprimento, «saúdam-se as duas comunidades cristãs, que veneram e amam a sua mãe», acrescentou o cónego, apontando que «Maria foi o caminho de Deus para o homem e é o caminho dos homens para Deus». A celebração festiva onde mergulha a intimidade da alma do povo de Fafe, que peregrina anualmente, movido pela fé e credo nas senhoras das Dores e Misericórdia.