Exposolidariedade no Porto: IPSS em busca de unidade

A decorrer até ao amanhã, a Expo solidariedade está a juntar em Paços de Ferreira as Instituições Particulares de Solidariedade Social da área distrital do Porto. Esta iniciativa pretende ser palco de intercâmbio entre diversas organizações de forma a reforçar as propostas sociais que já desenvolvem e também ser um espaço de partilha das boas práticas que as instituições manifestam. Esta iniciativa serve também para “alertar para um conjunto de problemas que afectam o sector”, explica à Agência ECCLESIA, Carlos Azevedo, responsável técnico na União Distrital das IPSS-Porto. No espaço da Exposolidariedade está a decorrer uma exposição, onde 100 stands mostram as valências das suas instituições na área da acção social. Outra dimensão desta iniciativa é o debate e a reflexão que pretendem instalar, através de conferências acerca de variados temas. O primeiro tema que abriu a reflexão referiu-se à Solidariedade Social e o Contributo das Organizações “através de respostas descentralizadas”, contando entre outros com a presença de D. Manuel Clemente. Adriano Moreira referiu-se à “Caridade Crista e Solidariedade do Estado”, fazendo a ponte “entre acções que são complementares”. Já hoje a conferência da manhã reflectiu sobre Cuidados Paliativos, contando com o testemunho do Pe. José Nuno, capelão no Hospital de São João. A tarde vai contar com um workshop sobre neuroesclerose. Guilherme de Oliveira Martins será convidado para reflectir sobre a importância da solidariedade social e das organizações na criação de riqueza para o país. A animação vai pautar também esta iniciativa, através da mostra de grupos de teatro, ranchos folclórico ou cantares das IPSS. O Estado, enquanto parceiro fundamental destas organizações e do terceiro sector, “deve perceber que a sua relação é de parceria”, sublinha Carlos Azevedo que acrescenta que, “sendo as organizações privadas, não podem ser entendidas como parceiros públicos.” Através dos painéis, a organização pretende alertar o Estado da sua função específica, “pois o seu papel tem-se confundido”. O financiamento público da actividade social e a tutela, “representam dois papeis distintos do Estado, que actualmente se confundem”, sublinha Carlos Azevedo, que acrescenta que o relacionamento no financiamento “é de parceria e não de hierarquia”. O responsável técnico na União Distrital das IPSS-Porto foca também a nacionalização da acção social. “Entendemos que a acção social deve ser desenvolvida em parceria com o Estado, mas deve ser de iniciativa privada”. Esta situação de “alguma confusão” resulta do não reconhecimento do papel que as IPSS têm na sociedade. “O sector é muito heterogéneo e falta uma visão global deste sector e da sua representatividade, até porque existem muitas áreas cinzentas”, aponta, não se percebendo se algumas instituições pertencem à esfera social ou lucrativa. Sem uma clara identidade do sector, “dificilmente o Estado reconhece a dimensão da intervenção social que desempenhamos”. Mas este, afirma, é um “trabalho interno do sector, de promoção da imagem pública e desenvolvimento das actividades que promove”. A Exposolidariedade “fortalece os laços e reforça formas de trabalho, estimulando relações de intercâmbio”, finaliza.

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