A exposição de fotografia “Ecce Agnus Dei” (Eis o Cordeiro de Deus), inaugurada ontem no Edifício de Nossa Senhora da Torre, mostra alguns quadros da fé do povo de Braga, vivida nas cerimónias da Semana Santa. Ao longo dos seis pisos da velha torre, criada para proteger uma das antigas entradas da cidade, é possível ao visitante “viajar” através da mais distinta Semana Maior do país pelas 31 imagens recolhidas pelos fotógrafos Hugo Delgado e Rodrigo Lima. No acto inaugural, o Arcebispo de Braga salientou que, por vezes, as pessoas podem ser levadas a pensar que a Semana Santa é um «conjunto de iniciativas dirigidas para um mercado turístico». D. Jorge Ortiga não negou a dimensão da promoção turística que a Semana Santa de Braga encerra, contudo, frisou que aquele período é «um pouco mais». Tendo a seu lado o presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado, o prelado frisou que o programa desenvolvido no âmbito da Semana Santa inclui «um conjunto de interpelações» que se querem fazer aos habitantes locais e aos forasteiros. «Daí que esta exposição pretenda dar a conhecer que houve um que, um dia, nos doou a sua vida», explicou. Aludindo ao próprio tema da exposição fotográfica “Ecce Agnus Dei” (Eis o Cordeiro de Deus), D. Jorge Ortiga espera que a mesma possa «anunciar o Cordeiro que deu a vida para redimir o mundo do pecado». «Só assim a Semana Santa de Braga será mais do que turismo», acrescentou. Por último, o Arcebispo Primaz disse estar convencido que a exposição será muito visitada, acrescentando esperar que a mesma «seja também muito compreendida». Organizada através do Museu Pio XII, sob a orientação de António Gerardo Esteves, a exposição fotográfica tem expostas imagens que, segundo afirmaram os dois fotógrafos de Braga, foram captadas nas cerimónias do ano passado. «Com esta mostra quisemos valorizar os artistas locais pois, muitas vezes, não se sabe dar valor à “prata da casa”», afirmou o cónego José Paulo Abreu, director do Museu Pio XII. Aquele responsável frisou ainda que a exposição «demonstra apreço» pela cultura, pela fé e pela própria cidade de Braga.
