Exposição mostra abrangência da fé

Projeto organizado por estudantes universitários do movimento Comunhão e Libertação vai percorrer o país como uma «provocação»

Lisboa, 28 nov 2012 (Ecclesia) – O movimento católico Comunhão e Libertação (CL) está a apresentar à população de Lisboa a “fé” como “o grande método da razão”, através de uma exposição patente até esta quinta-feira na arena do Campo Pequeno.

Em declarações prestadas hoje à Agência ECCLESIA, o padre Luís Hernandez, responsável desta instituição, explica que o projeto partiu do “Ano da Fé” proposto por Bento XVI e pretende mostrar a “crentes e não crentes” que “a fé é um mecanismo que a razão utiliza quotidianamente” e que abrange “todos os interesses do Homem Contemporâneo”.

“Esperamos que esta provocação, este primeiro gesto público, possa ser o primeiro de muitos gestos deste género”, realça o coordenador do movimento católico Comunhão e Libertação em Portugal.

Dividida em três partes, a exposição temática desenvolvida por alunos universitários do CL reflete inicialmente sobre os dois tipos de conhecimento: o “direto”, que depende da experiência de cada um, e o “indireto”, umbilicalmente ligado a alguém exterior em quem as pessoas depositam a sua confiança.

“Um jovem confia na existência de países e personagens históricas que nunca visitou ou conheceu, pelo testemunho de alguém que estudou a geografia ou a história. A fé faz com que as pessoas aceitem determinada realidade com um grau de certeza igual àquelas que experimentam diretamente”, sublinha o sacerdote.

O segundo nível da exposição demonstra que, tal como acontece ao nível do religioso e do transcendente, também no plano terreno aquilo que começa por ser um conhecimento indireto, aceite e assimilado, rapidamente passa a ser algo testemunhado aos outros.

Bernardo Cardoso, um dos organizadores do evento, dá o exemplo da “data de nascimento”, que nenhuma pessoa recorda mas que assume como verdadeira porque o pai ou a mãe, que “sabem do que falam e não querem enganar”, assim o disseram.

“Porém, as pessoas podem pensar a partir deste momento que a fé em Deus é uma coisa automática, mas não é, tem de haver um desejo de infinito, de beleza, de amizade, de verdade, de justiça, que deixe cada um dominado por isso”, ressalva o estudante de Filosofia.

Foi nesse âmbito que a organização, também encorajada pela disponibilidade de um espaço muito maior do que estava inicialmente previsto – a opção da arena do Campo Pequeno foi “um pequeno milagre” – enriqueceu a exposição temática com um conjunto de conferências que retratam a influência da fé na vida quotidiana.

O programa procurou conjugar testemunhos de representantes das diversas áreas sociais, como o desporto, com o treinador de futebol Fernando Santos, atualmente ao serviço da seleção da Grécia; as artes e a própria religião, com o cónego Luís Alberto de Carvalho, vigário coordenador da região de Lisboa.

Segundo o padre Luís Hernandez, além deste projeto reforçar a importância da fé na sociedade em geral, é também uma “oportunidade para os crentes voltarem a pensar no que é que entendem como fé e se aquilo em que acreditam é realmente razoável ou não”.

Durante o Ano da Fé, que se prolonga até novembro de 2013, a exposição vai passar por diversas regiões do país, estando para já acertadas iniciativas em outros pontos de Lisboa, em Alverca e em Braga.

JCP

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