Exercer o direito e o dever de votar

Notas da CEP e da COMECE a respeito das eleições europeias

Lisboa, 23 mai 2014 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa publicou uma nota a respeito das eleições europeias de domingo, alertando para os perigos de uma abstenção generalizada.

“O absentismo é uma arma perigosa que facilmente acaba por penalizar quem a usa”, refere o documento, saído da última assembleia plenária da CEP.

Os bispos admitem que existe uma “onda de descrédito” que atinge alguns setores, mas sublinham que estas eleições, “que marcarão o futuro da União Europeia nos próximos anos, devem ser encaradas como um momento privilegiado para colaborar na construção de uma Europa melhor”.

“No próximo dia 25 de maio, somos chamados a cumprir o direito e o dever de votar nos candidatos que se apresentam para fazer parte do Parlamento Europeu, representando o povo português nesta grande comunidade de povos e nações”, assinala a nota pastoral ‘Votar por uma Europa melhor’.

A CEP realça que votar não é um “ato burocrático”, mas “afirmar valores e exigir responsabilidades a quem deve servir os povos de uma Europa justa e solidária”.

“No ato de votar, o eleitor cristão tem o dever de não trair a sua consciência, iluminada pelos critérios e valores do evangelho de Jesus. Importa, também agora, exercer a virtude da cidadania participativa, assumida como uma obrigação moral”, acrescentam os bispos.

Também a Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) publicou uma declaração para as próximas eleições europeias, pedindo a participação dos cidadãos e a defesa do “projeto” comunitário.

“Nós, bispos católicos, apelamos a que o projeto europeu não seja posto em risco ou abandonado na presente situação de dificuldades. É essencial que todos nós – políticos, candidatos, todos os interessados – contribuamos de forma construtiva para moldar o futuro da Europa”, refere o documento, enviado à Agência ECCLESIA.

“Temos demasiado a perder se o projeto europeu descarrilar. É essencial que todos nós, cidadãos europeus, compareçamos nas urnas de 22 a 25 de maio”, alerta a COMECE.

A mensagem recorda o aumento de "novos pobres" e defende a promoção de uma “cultura de moderação” que deve “inspirar a economia social de mercado e a política ambiental”. “Temos de aprender a viver com menos e procurar que as pessoas em situação de pobreza real participem de uma forma mais equitativa na distribuição dos bens”, pode ler-se.

A COMECE retoma algumas das convicções fundamentais da Igreja Católica, frisando que “a vida humana deve ser protegida desde o momento da conceção até à morte natural” e que a família “deve gozar também da proteção de que necessita”.

A declaração elenca temas como o drama dos imigrantes, a necessidade de proteger o meio ambiente, a defesa da liberdade religiosa e do descanso dominical, as alterações demográficas e a crise económica.

As eleições para o Parlamento Europeu estão em destaque na mais recente edição do Semanário ECCLESIA e vão estar no centro da próxima emissão do programa ‘70×7’ (RTP2, 11h30).

OC

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