Na preparação natalícia, vista nas mais diversas manifestações, a liturgia “da nossa Igreja quer que tais emoções não sejam meros fluxos de adrenalina, mas, sim, forte apelo de um Menino que é Deus e oferece a Paz” – refere D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo de Leiria – Fátima, na sua mensagem de Natal para este ano. Em todo o mundo, sobretudo ocidental, “ninguém pode manter-se indiferente às tradições e às interrogações do Natal”. Isto acontece no nosso país “mesmo para os não crentes ou não praticantes”. Por exemplo, Miguel Torga assim o testemunha no seu “Diário”: “num breve poema proclama – «Natal, vendaval de emoções»”. A data do Natal, berço da era cristã, é” fonte polivalente de emoções para as crianças” e “para os mais velhos, seja pelas prendas, seja pelas saudades”. Se a pessoa do Menino estiver no centro, “as desfocagens serão corrigidas, e as partes complementam o todo, que é o mistério da Salvação” – salienta o prelado de Leiria – Fátima. As grandes vivências não se improvisam por isso – refere D. Serafim ferreira e Silva – “queremos celebrar o Natal, em comunhão e sem egoísmos”. “Não precisamos de recordar que os pecados pessoais ou sociais” requerem propósito de emenda. Nem será tempo para “apontar as pobrezas gritantes, que reclamem justiça e solidariedade”. Tão pouco “queremos apontar as crianças que choram pelo pão e pelo carinho, ou os abandonados e marginalizados que esperam um irmão… Mas não podemos nem queremos cerrar os olhos e os ouvidos. É o Menino de Belém que nos interpela” – concluiu o bispo de Leiria – Fátima.
