Grupo de 25 peregrinos de Vila Viçosa caminham com toda a segurança para “unir” os dois santuários
Évora, 08 mai 2021 (Ecclesia) – O padre Mário Tavares, da arquidiocese de Évora, que acompanha o grupo de peregrinos de Vila Viçosa, disse à Agência ECCLESIA que o caminho até ao Santuário de Fátima ganha grande significado porque estão em “desconfinamento da alma e do coração”.
“Este caminho tem grande significado porque o desconfinamento não é só poder ir ao restaurante ou todos os lugares que estávamos limitados mas também é este desconfinamento da alma e coração, da vontade de partilha e de estar juntos para poder celebrar a fé e rezar juntos, sentir a beleza da espiritualidade comum, reencontrar o sentido das coisas”, partilhou o sacerdote com a Agência ECCLESIA.
O padre Mário Tavares já faz esta peregrinação com este grupo “há muitos anos” com o propósito de “unir os dois santuários” que têm tanto de riqueza e conteúdos históricos que “cativa sempre um grupo grande de peregrinos” mas, devido à pandemia, este ano o grupo é limitado.
“Este ano é um grupo muito reduzido também devido a algumas limitações e receios, somos 25 peregrinos mas há gente nova, que veio pela primeira vez, e bem depressa surge uma fraternidade própria dos peregrinos que se torna muito intensa”, assume.
O sacerdote caminha a par com o grupo, quer “estar disponível para tudo”, porque cada pessoa traz uma história diferente e “a cada ano tudo se torna novo”.
“Quem peregrina sabe que encontra sempre novidade, aqui a alguns a pandemia marcou muito, a outros nem tanto e há uma diversidade também de partilhas; para mim, esta experiência também está a ser nova, nesta santa teimosia que sentimos em vir”, assume.
O grupo é acompanhado por três carros de apoio, fazem as refeições e pernoitas em várias instituições como IPSS ou escolas e, este ano, não foi exceção, segundo o sacerdote “todos abriram as portas de forma facilitada” porque “tudo está à espera desta normalidade”.
O responsável destaca, no entanto, que o grupo assume e segue “todas as medidas necessárias e cuidados, seja nas refeições, seja para pernoitar”.
Vítor Mila é chefe de gabinete de apoio à presidência em Vila Viçosa e peregrina pela terceira vez até Fátima.
“Este ano é um pouco diferente pelos cuidados e pelo distanciamento físico mas é possível a aproximação social, é possível peregrinar e manter estes hábitos com todas as atividades destes dias, cumprindo com todos os cuidados e estarmos seguros”, partilha com a Agência ECCLESIA.
Apesar de levar já “os pés doridos” o peregrino de 40 anos sente-se “pronto para continuar” e considera que este é o “momento do ano para recarregar da energia e da fé para o resto do ano”.
“Mesmo em ano de pandemia o que leva as pessoas a peregrinar da casa da mãe, Senhora da Conceição, à casa da mãe, Senhora de Fátima, é o mesmo, é essa motivação que carregamos para os 210 km”, conta Vítor Mila.
Já para Maria João Rosa Cascão, de 36 anos, a peregrinação “neste ano atípico” confirma a novidade de sempre: “sabemos para o que vimos, sabemos o caminho mas o que se passa é sempre diferente”.
A gestora de Alcácer do Sal junta-se ao grupo de peregrinos de Vila Viçosa, “há mais de dez anos”, pois foi onde a mãe começou a peregrinar mas, “depois de adoecer” Maria João começou “a ir na vez da mãe” e já leva as irmãs.
“Apesar de peregrinar há imenso tempo, nenhuma peregrinação é igual, este ano com todos os cuidados incutidos, a cada dia, tudo é diferente”, refere a entrevistada.
O grupo, que a cada ano contava com 70 a 80 peregrinos, este ano “ficou reduzido” mas, segundo Maria João, “ninguém fica esquecido”.
“Há os que costumavam vir e não puderam, outras pessoas que ficaram mas que diariamente falam connosco e fazem connosco a peregrinação de outra forma, dão-nos também ânimo através do telefone”, assume.
O Grupo de Peregrinos de Vila Viçosa, partiu esta quarta-feira, dia 5 de maio, do Santuário de Nossa Senhora da Conceição (Vila Viçosa), em direção ao Santuário de Fátima, onde chegarão dia 11 de maio.
A PSP está na estrada para acompanhar os peregrinos rumo ao Santuário de Fátima para as celebrações de 12 e 13 maio.
“A Polícia de Segurança Pública intensifica a sua presença e visibilidade nas suas áreas de responsabilidade, contribuindo para o aumento da segurança rodoviária e dos próprios peregrinos”, lê-se na nota.
As vias mais utilizadas pelos peregrinos vão ser especialmente visadas no controlo da velocidade de circulação automóvel.
SN