Arquidiocese desafiada a partilhar no Tempo da Quaresma «os dons espirituais pela oração e os dons materiais pela renúncia voluntária e pela esmola»
Évora, 10 fev 2018 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora fez um “veemente apelo a favor dos cristãos da Síria” e pediu aos seus diocesanos que reúnam ajudas para o país em guerra há oito anos durante o tempo da Quaresma.
“Faço-vos um veemente apelo a favor dos cristãos da Síria, país onde a guerra civil persiste há oito anos e já provocou quatrocentos mil mortos, cinco milhões de refugiados e oito milhões de deslocados, dentro do próprio país”, afirmou D. José Alves na Mensagem da Quaresma.
O arcebispo de Évora disse que o que está a acontecer na Síria é “uma autêntica calamidade de contornos indefinidos e com tendência a agravar-se” e desafiou a diocese a partilhar com os cristãos do país “os dons espirituais pela oração e os dons materiais pela renúncia voluntária e pela esmola”.
Na mensagem para a Quaresma, D. José Alves lembra que o tempo de preparação para a Páscoa ajuda a descobrir “o sentido” da vida e a purificar dos males que “inquinam” o quotidiano.
“O tempo quaresmal proporciona-nos uma ocasião excelente para nos precavermos contra o resfriamento do amor, porque nos ajuda a ver o sentido da nossa vida à luz da Palavra de Deus e nos aponta meios para nos purificarmos dos males que inquinam a nossa vida e nos distanciam dos nossos irmãos”, sublinhou.
Para o arcebispo de Évora, a Quaresma convida à oração, que coloca cada pessoa “na rota de Deus” e aproxima “dos outros seres humanos”.
“Quem reza descobre o caminho para refazer os percursos errados, quebrar amarras, abrir caminhos novos, ainda que seja à custa de algum sacrifício pessoal, que é necessário e vale a pena, quando fortalece os laços do amor”, acrescenta
D. José Alves diz também que o jejum é uma “renúncia aos interesses pessoais, ao egoísmo” para pensar “no bem dos outros”.
“Não se trata de renúncia sem sentido mas de renúncia para alcançar um bem maior”, que encontra expressão na esmola, acrescenta.
“A renúncia ou jejum há de ter como consequência a esmola. Aquilo que a mim me sobra pertence aos outros, que se encontram em situações de carência ou passam por dificuldades a que eu fui poupado”, refere D. José Alves.
O arcebispo de Évora conclui convidando os seus diocesanos a dedicar “tempo à leitura da Palavra e à oração” e a abster-se “de alguns bens materiais” para fortalecer “os laços de amor com os necessitados, pela partilha de bens materiais, intelectuais e espirituais”.
PR