Arcebispo assume arquidiocese numa cerimónia este domingo às 17 horas
Lisboa, 01 set 2018 (Ecclesia) – D. Francisco Senra Coelho, que este domingo assume a Arquidiocese de Évora, afirma a importância de uma “comunhão profunda na leitura dos sinais dos tempos”, atitude que quer concretizar na “realidade concreta do povo alentejano”.
“Quero fazer este caminho acompanhado por todos os que se consideram Igreja. Vou para discernir, refletir com eles e, ao mesmo tempo, assumir a responsabilidade de ser sucessor dos apóstolos, de ser uma presença de unidade de comunhão, que dá àquela Igreja a sua plenitude de Igreja local”, afirmou à Agência ECCLESIA.
D. Senra Coelho, natural de Barcelos, inicia o seu ministério como arcebispo numa região que conhece bem, onde fez a formação para o sacerdócio, onde foi ordenado sacerdote e trabalhou durante 28 anos antes de ser nomeado bispo auxiliar de Braga, em 2014.
“Quero ir como quem serve e como quem compartilha. Quero receber e quero dar. Quero ter consciência que a minha vida é da Igreja e daquela Igreja. O anel que uso é uma aliança com aquela comunidade”.
Numa arquidiocese com cerca de 260 mil habitantes, a mais extensa no território nacional mas fortemente marcada pela “interioridade” e pelas “dificuldades de renovação”, o arcebispo indica confiar no presbitério “muito experimentado”, na “presença e testemunho” dos leigos e indica a “sinodalidade” proposta pelo Papa Francisco para este caminho conjunto.
Perante uma realidade envelhecida e dispersa, D. Senra Coelho propõe uma “abordagem pessoal e de compromisso com a circunstância”.
“Tudo isto é um apelo à laicidade, diria eu, um apelo a uma Igreja de qualidade, da autenticidade evangélica, uma Igreja como pedem os jovens, familiar, acolhedora, transparente e coerente”.
Numa atitude próxima que quer contrariar os números do isolamento dos idosos, o responsável enaltece o profissionalismo e a dimensão humana que “tantas instituições” mantêm no terreno, como os Centros sociais e paroquiais e a Misericórdia mas indica não chegar.
“É necessária a consciência das comunidades paroquiais, o espirito do dia-a-dia que passa pela vizinhança, pela solidariedade. Este é uma grande capital humano do nosso povo: a dimensão afetiva, de uma presença acolhedora e de uma grande capacidade de dádiva”.
D. Senra Coelho aponta ainda a colaboração de 31 diáconos permanentes que a arquidiocese dispõe bem como da importância dos religiosos.
Nesta área, o arcebispo destaca a presença dos monges Cartuxos, comunidade “reduzida” que “tem um caminho próprio” mas, afirma, ser “prioritária” a manutenção da sua presença na região.
O arcebispo destaca ainda a importância de “valorizar” a pastoral juvenil e vocacional aproveitando “os dinamismos renovados que acontecem dentro da pastoral universitária”.
Para o prelado a presença do Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE), “sinal de comunhão da província eclesiástica do sul”, tem um papel fundamental na formação teológica e filosófica, servindo também as dioceses de Cabo Verde e algumas congregações religiosas.
“O ISTE tem tido uma ação muitíssimo meritória na formação laical, contribuindo para a sua renovação”, indica, sublinhando que a sua presença “não pode ser abalada ou sofrer qualquer vicissitude que a inviabilize”.
A cerimónia da entrada solene, agendada para as 17 horas na Sé de Évora, vai ser marcada pela imposição do pálio por parte do núncio apostólico D. Rino Passigato, uma insígnia conferida aos arcebispos.
A entrevista a D. Francisco Senra Coelho pode ser acompanhada no programa Ecclesia deste domingo, na antena 1, às 6h00 horas da manhã.
PR/OC/LS