Évora: D. Senra Coelho desafiou padres a ir à procura da «ovelha perdida»

Na celebração do Sagrado Coração de Jesus, arcebispo da arquidiocese questionou «critérios e estatísticas» e pediu «Igreja hospital de campanha» que «acolhe primeiro, e aprofunda depois a relação»

Foto Arquidiocese de Évora

Évora, 28 jun 2025 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora alertou os padres da arquidiocese, na celebração da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, para a “pedagogia de Jesus” que sai “à procura da ovelha perdida”.

“Esta pedagogia catequética de Jesus aos primeiros discípulos coloca de facto a questão da delicadeza por cada ovelha única e irrepetível. E, havemos de dar a vida por cada uma delas. Talvez a nossa contabilidade, talvez os nossos critérios e estatísticas, talvez a nossa eficácia e pragmatismo, esquecesse a ovelha perdida e nos contentássemos com as 99, mais ainda no deserto”, questionou D. Senra Coelho na celebração em que a Igreja assinala também o Dia Mundial de Oração pelos Sacerdotes.

“Está aqui uma página da conversão do nosso coração àquilo que é cada pessoa, o cuidado que Deus tem por cada pessoa. Assim, haverá mais alegria no céu por um só pecador que se arrepende do que por 99 justos que não precisam de arrependimento. Está aqui um critério de uma pastoral massificada de cristandade por uma pastoral personalizada onde lidámos com pessoas concretas, com rosto e nome, por quem o Senhor se interessa, por quem o Senhor deu a vida”, acrescentou.

O responsável quis, na homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA, questionar “a contabilidade”, a “matemática” e os “critérios” com que cada pessoa constrói a Igreja e pediu aos padres para serem “ovelhas pastoras”.

“Havemos de ter esta dimensão de serviço ao irmão, já não apenas por funções específicas na organização do povo de Deus, mas todos, todos são pastores, profetas, sacerdotes, reis, os batizados”, afiançou.

Na celebração, D. Francisco Senra Coelho recordou o Papa Francisco e a expressão «Igreja, hospital de campanha».

“A Igreja há de ser esta casa em forma de hospital de campanha, que recebe todos os feridos sem uma barragem aduaneira, mas que acolhe de portas abertas e recebe, cuidando. Só depois aprofundará o conhecimento, a relação, mas o primeiro momento é o momento de portas abertas”, recordou.

No final da celebração, o arcebispo de Évora, diante da imagem do Sagrado Coração de Jesus, consagrou a arquidiocese ao Santíssimo Coração de Jesus.

LS

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