Évora: Cursilhos chamaram homens e famílias à Igreja

David Crespo, que participou no primeiro encontro do movimento na diocese, há 50 anos, diz que a experiência lhe trouxe «muito mais responsabilidade»

Évora, 16 jan 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora destacou este domingo, em Vila Viçosa, a importância dos 50 anos de Cursilhos de Cristandade para a renovação da Igreja Católica alentejana, que passou a contar com mais homens e famílias.

Numa região onde a prática religiosa era predominantemente feminina, “muitos homens fizeram o curso e aí descobriram o valor da fé e o compromisso cristão”, adiantou D. José Alves, em declarações à ECCLESIA.

Um testemunho que, transportado para a vida em casal, “ajudou a transformar o panorama sociológico” das paróquias, sobretudo ao nível da “educação dos filhos”, dando assim “um grande contributo para a Igreja”, sublinhou.

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade surgiu em Espanha, no ano de 1949, pela mão de Eduardo Bonnin e um grupo de padres e leigos da Ação Católica.

A entrada em Portugal deu-se em 1960, com a realização de um curso em Fátima e dois anos depois chegou a Vila Viçosa (Arquidiocese de Évora), onde teve lugar o primeiro cursilho para homens.

“Aquilo que se dizia na altura, de que o único homem que se encontrava na Igreja era o sacristão, traduzia uma certa realidade”, recordou David Crespo, que esteve presente nessa iniciativa.

Há 53 anos a viver em Évora, este conimbricense diz que graças ao desafio lançado pelos seguidores de Eduardo Bonnin, hoje até “se vê uma predominância de homens nalgumas missas”.

“Eu já era cristão, mas o cursilho deu-me muito mais responsabilidade, mais entusiasmo, mais capacidade de vencer os obstáculos”, apontou.

A propósito do cinquentenário da entrada dos cursilhos na diocese eborense, D. José Alves escreveu uma nota pastoral onde considera que o segredo para a adesão das pessoas ao movimento católico reside num método que “vence as resistências interiores, transforma os corações e aponta novos rumos de vida cristã”.

Em plena época do Concílio Vaticano II (1962-1965), aquele projeto favoreceu uma participação mais ativa dos leigos na vida da Igreja e na evangelização da sociedade.

Para o cónego Senra Coelho, historiador, que acompanha há vários anos a comunidade de Nossa Senhora de Fátima, em Évora, os cursilhos foram “uma grande dádiva”, através da qual muitos homens e mulheres descobriram o seu lugar na Igreja.

“A prática cristã tem aumentado nesta zona” e “muitos jovens preparam a construção do seu casamento a partir do cursilho”, revelou.

PTE/JCP

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Agência ECCLESIA

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